Meibomite: o que é, causas e tratamento

meibomite

A meibomite é uma inflamação que atinge as glândulas de Meibômio, estruturas localizadas nas pálpebras inferiores e superiores que são responsáveis pela produção de uma substância oleosa que evita a evaporação das lágrimas.

Com sintomas que muitas vezes se confundem com outras doenças oculares e podem levar a condições ainda mais graves, a meibomite tem a capacidade de afetar a qualidade de vida do paciente de forma significativa. 

Neste artigo, você vai descobrir o que é meibomite, quais são suas causas, sintomas e opções de tratamento disponíveis.

Acompanhe!

O que é a meibomite?

A meibomite é a inflamação das glândulas de Meibômio, que são localizadas nas pálpebras e responsáveis pela produção de uma substância oleosa que compõe a camada lipídica do filme lacrimal.

Essa substância — chamada meibum — é essencial para manter a estabilidade das lágrimas, já que previne sua evaporação precoce ao formar uma barreira protetora na superfície do olho, o que garante uma lubrificação ocular adequada.

Quando as glândulas de Meibômio não funcionam corretamente, pode ocorrer um desequilíbrio na produção da secreção oleosa, que se acumula dentro da glândula e leva à sua inflamação. 

Em alguns casos, essa desregulação também aumenta o risco do desenvolvimento de bactérias e pode causar infecções.

Se não tratada adequadamente, a meibomite tem potencial de provocar um impacto significativo na saúde ocular, uma vez que a inflamação crônica das glândulas de Meibomius pode levar a uma série de complicações.

De desconforto constante, vermelhidão, até, em casos graves, danos à superfície ocular, resultando em cicatrizes ou ulcerações.

Além disso, a doença aumenta o risco de desenvolver outras condições oculares, como:

blefarite (inflamação que afeta diretamente as pálpebras);

conjuntivite, (inflamação da conjuntiva, membrana transparente que reveste a parte branca do olho e a superfície interna das pálpebras);

síndrome do olho seco, quando os olhos não produzem lágrimas suficientes ou de boa qualidade para manter a superfície ocular hidratada.

Todas essas condições citadas acima são capazes de intensificar os sintomas da meibomite, criando assim um ciclo vicioso de inflamação e desconforto ocular.

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Principais causas da meibomite

A causa precisa da meibomite não é conhecida, mas existem certos fatores que contribuem para o mau funcionamento da glândula produtora do meibum. Os principais são:

Oleosidade excessiva

Uma das principais causas da meibomite é a produção e acúmulo excessivo de oleosidade pelas glândulas de Meibômio, que pode obstruir os dutos e resultar em inflamação e infecção dessas glândulas.

Blefarite e rosácea

A blefarite também é uma inflamação que ocorre devido ao mau funcionamento das glândulas presentes na região dos olhos. Nesse caso, a saída do óleo é dificultada, levando ao seu acúmulo e, consequentemente, à meibomite. 

Rosácea

A rosácea é uma doença crônica caracterizada pela inflamação da pele, que causa vermelhidão, irritação e coceira na região dos olhos. A condição pode afetar as pálpebras e as glândulas de Meibômio, o que contribui para o desenvolvimento da meibomite.

Síndrome do olho seco

A síndrome do olho seco ocorre quando as estruturas oculares são incapazes de produzir lágrimas suficientes ou quando elas evaporam de forma rápida, o que leva a problemas na lubrificação do globo ocular e a falta de umidade. Com isso, as glândulas de Meibômio ficam inflamadas.

Idade

O envelhecimento é um fator de risco importante para a meibomite, pois a produção de óleo diminui com a idade e as glândulas de Meibômio se tornam menos eficazes, o que aumenta a probabilidade de disfunção e inflamação. 

Colesterol alto 

Níveis elevados de colesterol no sangue contribuem para a formação de depósitos nas glândulas de Meibômio. Como resultado, podem ocorrer obstruções que levam à inflamação e à meibomite.

Uso de certos medicamentos

O uso de certos medicamentos, como antidepressivos e pomadas para o tratamento da acne, pode afetar a produção de meibum, alterar a composição do filme lacrimal ou reduzir a secreção do óleo, o que  aumenta a probabilidade de desenvolvimento de meibomite.

Doenças oculares e fatores ambientais

Certas doenças oculares, como o glaucoma e a conjuntivite, estão associadas a um maior risco de meibomite. 

Além disso, fatores como má higiene ocular, uso excessivo de lentes de contato, exposição prolongada a ambientes secos ou poluídos e o estresse também podem contribuir para a inflamação das glândulas de Meibômio.

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Sintomas e diagnóstico da meibomite

Sintomas e diagnóstico da meibomite

Os sintomas da meibomite costumam variar em intensidade, a depender da gravidade da inflamação. 

Além disso, em muitos casos, os sinais da doença são confundidos com conjuntivite, o que pode levar a tratamentos inadequados. 

Alguns dos sintomas mais comuns da meibomite são:

  • Vermelhidão nos olhos, especialmente na borda das pálpebras e na conjuntiva.
  • Inchaço das pálpebras, que também ficam sensíveis ao toque devido à inflamação das glândulas.
  • Sensação de corpo estranho nos olhos, como se fosse areia, causada pela instabilidade do filme lacrimal.
  • Lacrimejamento em excesso, que ocorre como uma tentativa de compensar a secura ocular causada pela produção inadequada de meibum.
  • Visão turva ou embaçada devido a qualidade prejudicada do filme lacrimal. 
  • Coceira e desconforto nas pálpebras causada pela inflamação nas glândulas de Meibômio.
  • Colamento das pálpebras, especialmente ao acordar, devido ao acúmulo de secreções durante a noite.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da meibomite geralmente é feito por um oftalmologista ou optometrista durante um check-up ocular completo.

Normalmente, o médico inicia o diagnóstico por meio de uma avaliação clínica, onde as pálpebras e a superfície ocular são examinadas em busca de sinais de inflamação, inchaço e obstrução das glândulas de Meibômio.

O Teste de Expressão das Glândulas de Meibômio também costuma ser utilizado. Aqui, é aplicada uma leve pressão nas pálpebras para avaliar a função das glândulas e a qualidade da secreção oleosa.

Outro procedimento muito comum nesses casos é a biomicroscopia, também conhecido como exame da lâmpada de fenda, no qual um instrumento é usado para observar de perto as pálpebras e a superfície ocular, o que ajuda a identificar sinais de inflamação e obstrução das glândulas.

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Tratamentos disponíveis

O tratamento da meibomite deve ser realizado sob orientação do oftalmologista e varia conforme a gravidade dos sintomas. 

As abordagens terapêuticas mais comuns incluem:

  • Aplicação de compressas mornas nas pálpebras, já que o calor ajuda a amolecer o óleo, o que facilita sua liberação e alivia a inflamação.
  • Manter uma rotina de limpeza das pálpebras com shampoo neutro ou produtos específicos para os olhos a fim de remover detritos e excesso de oleosidade.
  • Uso de colírios lubrificantes ou anti-inflamatórios para aliviar os sintomas de secura e inflamação, além de antibióticos (em forma de pomadas, colírios ou via oral) para tratar infecções.
  • Terapia de Luz Pulsada Intensa, uma técnica que utiliza pulsos de luz de alta intensidade para aquecer e desobstruir as glândulas de Meibômio, o que melhora sua função e alivia os sintomas. 

Também é importante seguir as recomendações médicas sobre higiene ocular e adoção de hábitos saudáveis, como evitar a exposição prolongada a ambientes poluídos e manter uma dieta equilibrada, para o controle dos sintomas a longo prazo.

A meibomite é uma condição que exige acompanhamento médico contínuo para prevenir complicações e garantir a eficácia da terapia. 

Por isso, consultas regulares com um oftalmologista são essenciais para monitorar a saúde dos olhos, ajustar o tratamento conforme necessário e prevenir que a inflamação se agrave.

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