A cirurgia de catarata é um procedimento oftalmológico seguro e com altas taxas de sucesso que tem a capacidade de restaurar a clareza visual quase que imediatamente após sua realização.
No entanto, para que o processo de recuperação seja completo e não haja intercorrências futuras, é fundamental que o paciente siga as orientações médicas corretamente, o que inclui recomendações sobre o uso de celulares.
Neste artigo, você vai descobrir se quem faz a cirurgia de catarata pode mexer no celular, os riscos envolvidos nessa prática e como utilizar dispositivos de forma segura durante o período de reabilitação.
Acompanhe!
O que é a cirurgia de catarata e o período de recuperação
A cirurgia de catarata é o único tratamento capaz de remover completamente a catarata, uma doença ocular caracterizada pela opacificação gradual do cristalino, nome dado à lente natural do olho que está localizado logo atrás da íris.
Em situações normais, essa lente é transparente, o que permite a passagem de luz até a retina para formar uma imagem clara e nítida.
No entanto, com o envelhecimento (geralmente, a catarata surge a partir dos 50 anos), o cristalino pode se tornar turvo e opaco, resultando em visão embaçada e cada vez mais ofuscada.
Dessa forma, a cirurgia de catarata consiste na remoção do cristalino opaco e sua substituição por uma lente artificial, chamada lente intraocular (LIO).
O procedimento é seguro, indolor e tem duração média de 20 a 30 minutos.
Como não há necessidade de pontos, pois o próprio olho cicatriza rapidamente, o paciente recebe alta em até duas horas depois da cirurgia e pode retomar suas atividades normais em poucos dias, conforme as orientações médicas.
Após a administração de anestesia local, são feitas pequenas incisões (em torno de 3mm) no cristalino, com a ajuda de uma espécie de caneta fina e delicada, para facilitar a remoção do cristalino.
Em seguida, é utilizada uma técnica chamada facoemulsificação, onde um equipamento ultrassônico aspira e retira os fragmentos da doença. A partir daí, a lente intraocular é implantada no mesmo local onde estava o cristalino natural.
As primeiras etapas da recuperação
Mesmo sendo uma intervenção simples e altamente eficaz, a recuperação da cirurgia de catarata exige alguns cuidados importantes para garantir a melhor cicatrização e o sucesso do procedimento.
Nas primeiras semanas, o paciente deve seguir as orientações médicas rigorosamente, o que inclui o uso de colírios prescritos (antibióticos e anti-inflamatórios) e não fazer esforço físico pelos 15 dias seguintes à realização da cirurgia, a fim de evitar o aumento da pressão intracraniana e a consequente ruptura da incisão feita no procedimento.
Outras recomendações incluem:
- Evitar coçar ou esfregar os olhos, pois isso pode irritar a área operada e aumentar o risco de infecção.
- Suspender atividade em saunas, hidroginásticas, praias e piscinas por 30 dias para evitar complicações e infecções.
- Usar óculos de proteção solar ao sair de casa, para minimizar a sensibilidade à luz.
- Não dormir com o rosto virado para o lado do olho operado durante os primeiros sete dias após a cirurgia.
- Evitar o uso de maquiagem na região próxima aos olhos por pelo menos 15 dias.
É importante ressaltar que os primeiros dias após a cirurgia são críticos para garantir uma recuperação tranquila, já que durante este período o olho ainda está em processo de cicatrização e adaptação, o que exige cuidados específicos e atenção redobrada.
Por isso, é essencial evitar esforços visuais prolongados, o que inclui o uso excessivo de celulares, computadores ou mesmo televisão. A recomendação geral é priorizar o repouso visual e a proteção dos olhos contra possíveis irritantes.
O uso de telas digitais durante a recuperação
Como dito acima, logo após a cirurgia de catarata os oftalmologistas geralmente recomendam evitar o uso prolongado de dispositivos digitais, como celulares, tablets e computadores.
Essa orientação não significa necessariamente uma proibição total, mas sim um cuidado extra para prevenir possíveis desconfortos e proteger os olhos durante a fase de recuperação.
A medida é importante porque a luz emitida pelas telas digitais pode causar incômodos nos primeiros dias após a operação, já que os olhos ficam mais sensíveis à luz nesse período. O esforço para focar em telas pequenas também pode causar transtornos ao paciente e dificultar ainda mais o processo de cura.
Além disso, os olhos precisam de tempo para se ajustar à nova lente intraocular, e qualquer sobrecarga pode atrasar esse processo. É importante lembrar que o olho operado está em fase de cicatrização, e o uso excessivo de telas pode contribuir para a irritação ocular.
Riscos de mexer no celular muito cedo após a cirurgia
À primeira vista, usar o celular muito cedo após a cirurgia de catarata pode parecer inofensivo, mas existem riscos associados a essa prática.
Alguns dos problemas que podem surgir são:
Ressecamento ocular
O uso do celular diminui a frequência do piscar, um reflexo natural do corpo que é fundamental para manter a lubrificação dos olhos.
Após a cirurgia de catarata, o olho fica mais propenso ao ressecamento, e as telas digitais pioram esse sintoma, o que leva ao desconforto, vermelhidão e até dificuldade de cicatrização.
Cansaço visual
A exposição prolongada a telas exige do olho um esforço contínuo para focalizar, algo que pode ser prejudicial durante a recuperação da cirurgia.
O cansaço visual provocado por esse esforço leva a dores de cabeça, sensação de peso nos olhos e dificuldade de adaptação à nova lente intraocular.
Sensibilidade à luz
A luz azul emitida pelos dispositivos eletrônicos tem o potencial de intensificar a sensibilidade à luz, um problema também conhecido como fotofobia, muito comum nos primeiros dias após o procedimento.
Essa sensibilidade aumentada causa um desconforto significativo ao paciente, o que prejudica seu bem-estar.
Dicas para quem precisa usar o celular após a cirurgia
Para pacientes que precisam utilizar o celular por motivos de trabalho ou outras obrigações, existem algumas medidas que ajudam a minimizar os riscos e garantir maior conforto ocular. Veja:
- Reduza o brilho da tela para níveis confortáveis e, se possível, ative modos noturnos ou filtros de luz azul, que ajudam a diminuir o impacto da luminosidade nos olhos.
- Estabeleça intervalos regulares entre os períodos de uso do celular. Por exemplo, adote a regra 20-20-20: a cada 20 minutos de uso, olhe para um ponto distante por 20 segundos, para relaxar os olhos.
- Caso sinta ressecamento ocular, use colírios lubrificantes prescritos pelo médico, pois ajudam a manter a hidratação dos olhos e previnem irritações e desconfortos.
Vale a pena reforçar que a retomada completa do uso de dispositivos digitais deve ser feita somente após a liberação do oftalmologista. Em geral, essa recomendação ocorre na primeira semana após o procedimento ou conforme a evolução da recuperação.
Sinais de complicação a observar
Ainda que a cirurgia de catarata seja um procedimento seguro, é possível que ocorram complicações durante o período de recuperação. Por isso, é importante estar atento a certos sinais de alerta para evitar problemas maiores.
Veja alguns sintomas que podem indicar a necessidade de uma avaliação oftalmológica urgente:
- Aumento da vermelhidão ou secreção no olho: Se o olho operado ficar mais vermelho com o passar dos dias ou apresentar secreção amarelada ou esverdeada.
- Dor intensa no olho operado: Um leve desconforto é esperado após a cirurgia, mas dores intensas ou que pioram com o tempo não são comuns e devem ser investigadas.
- Vista muito embaçada ou perda súbita de visão: Se a visão não melhorar progressivamente ou se houver alterações bruscas na vista, como turvação ou perda súbita de visão.
A presença de qualquer um dos sintomas relatados acima pode ser um indicativo de infecções ou inflamações no olho. Por isso, é de extrema importância procurar ajuda médica o quanto antes, para evitar maiores complicações.
Como vimos no artigo, quem faz a cirurgia de catarata pode usar o celular, mas com moderação e após tomar as devidas precauções.
É importante seguir as orientações médicas, ajustar o uso de dispositivos às limitações do período de recuperação e estar atento a sinais de complicação.
Com os cuidados adequados, é possível garantir uma recuperação tranquila e uma visão renovada.
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