Tuberculose ocular: o que é, sintomas, causas e tratamentos

Tuberculose ocular: o que é, sintomas, causas e tratamentos

A tuberculose é uma doença infecciosa potencialmente grave que afeta de forma mais frequente os pulmões e registra cerca de 80 mil novos casos no Brasil todos os anos, de acordo com o Ministério da Saúde.

O que muita gente não sabe é que a infecção também pode atingir os olhos, uma condição conhecida como tuberculose ocular. Apesar de rara, a doença pode comprometer seriamente a visão sem o devido tratamento.

Neste artigo, você vai descobrir o que é a tuberculose ocular, quais os principais sintomas da doença, suas causas e os tratamentos mais recomendados. 

Acompanhe!

O que é a tuberculose ocular e como ela se desenvolve?

A tuberculose ocular é uma condição oftalmológica rara causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, o mesmo agente infeccioso responsável pela tuberculose que acomete os pulmões.

No caso dos olhos, a infecção pode afetar diversas estruturas. Uma das principais é a úvea, região formada pela íris, corpo ciliar e coroide, o que resulta na chamada uveíte tuberculosa. 

No entanto, a tuberculose ocular pode atingir outros locais, como conjuntiva, córnea, retina, esclera, pálpebra, órbita ocular, glândulas lacrimais e o nervo óptico. 

O diagnóstico da infecção é considerado difícil, já que a doença não é tão comum e seus sintomas se assemelham com os de outras doenças inflamatórias oculares.

Como ocorre a infecção ocular pela Mycobacterium tuberculosis?

A bactéria pode atingir os olhos de duas formas principais:

  • Infecção primária: Nesse caso, a tuberculose atinge diretamente os olhos, geralmente através do contato da pálpebra ou da conjuntiva com a bactéria presente em mãos ou objetos contaminados.
  • Infecção secundária: Aqui, a tuberculose ocular surge como uma complicação da tuberculose pulmonar ou de outras formas extrapulmonares, sendo uma extensão da infecção já presente em outro local do corpo que chega aos olhos por meio de disseminação hematogênica (via corrente sanguínea).

Sintomas e sinais da tuberculose ocular

A tuberculose ocular pode apresentar uma variedade de sintomas que, como dissemos acima, são semelhantes a outras doenças oftalmológicas. 

Por isso, é fundamental reconhecer esses sinais precocemente, para que o diagnóstico e o tratamento adequado sejam realizados o mais rápido possível. Os principais sintomas da tuberculose ocular são:

Vermelhidão e irritação nos olhos

Um dos sintomas iniciais mais comuns é a vermelhidão ocular, que vem geralmente acompanhada de irritação. Em muitos casos, esse sinal é confundido com conjuntivite ou outras inflamações não infecciosas.

Sensação de corpo estranho e desconforto

A sensação de corpo estranho nos olhos é outro sintoma comum da tuberculose ocular, que pode ser agravado por lacrimejamento e coceira, causando um desconforto constante.

Visão embaçada e alterações visuais

A visão embaçada ou turva é um sintoma importante, especialmente se a infecção estiver afetando estruturas como a córnea ou a retina. Se não tratadas, alterações visuais desse tipo podem progredir e causar perda progressiva da visão.

Fotofobia e dor ocular intensa

A fotofobia, ou sensibilidade à luz, é um sinal característico da tuberculose ocular. Os pacientes também podem sentir dor intensa nos olhos, especialmente quando a úvea é afetada.

É importante ressaltar que os sintomas da doença costumam variar bastante de acordo com a área do olho afetada. 

Além disso, em muitos casos os sinais da tuberculose ocular se sobrepõe com outras doenças, como conjuntivite viral, uveítes não infecciosas e até mesmo glaucoma, o que exige exames específicos e uma avaliação detalhada do oftalmologista para o diagnóstico correto.

Causas e fatores de risco

A tuberculose ocular é causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, e geralmente ocorre como uma complicação da tuberculose pulmonar ou extrapulmonar, especialmente em pacientes com baixa imunidade.

Isso acontece porque pessoas com o sistema imunológico enfraquecido possuem menos defesas no organismo, o que facilita a travessia da bactéria que está localizada nos pulmões até os olhos por meio da corrente sanguínea.

Até por isso, a principal forma de transmissão da tuberculose ocular é bem diferente da versão pulmonar. Enquanto a infecção que atinge os pulmões é transmitida principalmente pelo ar (devido ao contato direto com gotículas oriundas de tosse ou espirro), a disseminação hematogênica (através do sangue) é a forma mais comum de transmissão da tuberculose que afeta os olhos.

Mesmo assim, o contato com pessoas ou objetos infectados é um dos fatores que aumentam o risco de desenvolvimento da tuberculose ocular. Assim como pacientes com HIV/AIDS, em tratamento para câncer ou que fazem uso de medicamentos imunossupressores, que têm maior probabilidade de desenvolver formas extrapulmonares da doença.

Diagnóstico da tuberculose ocular: exames necessários

O diagnóstico da tuberculose ocular requer uma abordagem detalhada e multidisciplinar, com o envolvimento de oftalmologistas e infectologistas. 

A análise detalhada dos sintomas, juntamente com a avaliação do histórico clínico do paciente e a realização de exames é fundamental para um diagnóstico preciso.

Entre os principais exames oftalmológicos utilizados para avaliar a presença de sinais sugestivos da doença, estão:

  • Exame de fundo de olho: Permite a visualização direta da retina e do nervo óptico, identificando sinais de inflamação, lesões ou outras alterações típicas da tuberculose ocular.
  • Biomicroscopia: Utilizada para examinar detalhadamente as estruturas anteriores do olho, como a córnea e a íris.
  • Tomografia de coerência óptica (OCT) e angiografia fluoresceínica: Exames de imagem que ajudam a visualizar detalhadamente as camadas do olho, a fim de identificar inflamações ou lesões em áreas difíceis de observar diretamente.

Além disso, alguns exames laboratoriais são fundamentais para confirmar a infecção por Mycobacterium tuberculosis, como o Teste tuberculínico (PPD), que avalia a resposta do sistema imunológico à bactéria, indicando exposição prévia ou infecção ativa, e o Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), que tem o objetivo de detectar o DNA da bactéria em amostras oculares, sendo altamente sensível e específico.

Em alguns casos, também pode ser necessário a realização de exames de imagem, como a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, que permitem avaliar o envolvimento orbitário ou estruturas adjacentes.

Tratamentos e prognóstico

O tratamento da tuberculose ocular é feito com o uso de medicamentos específicos e acompanhamento rigoroso para evitar complicações e preservar a visão. 

O plano terapêutico segue protocolos semelhantes ao da tuberculose pulmonar, utilizando antibióticos como isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol. 

A duração do tratamento varia de 6 a 12 meses, dependendo da gravidade da infecção e da resposta do paciente. 

Em alguns casos, o uso de corticosteróides também pode ser necessário para controlar a inflamação ocular, mas sempre em combinação com antibióticos para evitar a progressão da infecção e sob supervisão médica. 

Já em situações graves, como abscessos ou descolamento de retina provocados pela tuberculose ocular, a intervenção cirúrgica pode ser necessária para evitar a perda permanente da visão.

Importância do acompanhamento oftalmológico

O acompanhamento regular com um oftalmologista é fundamental durante e após o tratamento, pois permite ao médico monitorar a resposta ao plano terapêutico adotado, identificar possíveis recorrências e gerenciar complicações, como cicatrizes corneanas ou glaucoma secundário, que podem resultar em cegueira.

Com o diagnóstico e o tratamento precoces, além do acompanhamento oftalmológico, o prognóstico da tuberculose ocular geralmente é favorável. No entanto, é importante reforçar que complicações podem ocorrer se a infecção não for tratada adequadamente.

Como vimos no artigo, a tuberculose ocular é uma condição complexa que exige atenção médica especializada. Reconhecer os sintomas e buscar atendimento são passos essenciais para prevenir complicações e preservar a visão. 

Se você apresentar sintomas como vermelhidão, dor ocular ou visão embaçada, não hesite em procurar um oftalmologista para uma avaliação detalhada.

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