O câncer ocular é uma doença que surge com menos frequência do que outras neoplasias, mas nem por isso deve ser subestimado.
Caracterizado pelo crescimento e proliferação de células anormais do tecido ocular, esse tipo de câncer não costuma apresentar sintomas em seu estágio inicial e pode causar sérias consequências ao paciente, levando até mesmo a cegueira.
Neste artigo, você encontrará respostas para tudo o que precisa saber sobre câncer ocular, incluindo como se prevenir da doença e opções de tratamento.
Acompanhe!
Dia Nacional de Combate ao Câncer
O Dia Nacional de Combate ao Câncer surgiu em 1988 e é celebrado em 27 de novembro. A data tem como objetivo principal conscientizar a população sobre essa importante doença, principalmente no que diz respeito à sua prevenção.
O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento desordenado e anormal de células localizadas em um determinado órgão ou tecido. Essas células defeituosas crescem, se dividem rapidamente e podem se espalhar para outras partes do organismo, um processo conhecido como metástase. Existem mais de 100 tipos diferentes de tumores, que atingem diversas regiões do corpo.
Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), são estimados mais de 700 mil novos casos de câncer no Brasil para cada ano entre 2023 e 2025. O maior número de ocorrências no país é o câncer de pele não melanoma, responsável por 31,3% do total registrado. Em seguida, estão o câncer de mama (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
Além disso, a doença é a segunda maior causa de morte em todo mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Em 2019, por exemplo, o câncer foi responsável por mais de 230 mil óbitos apenas no Brasil.
Existem diversos fatores que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver câncer. Alguns dos principais são tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, exposição solar prolongada sem proteção, dieta rica em alimentos ultraprocessados, sedentarismo e histórico familiar.
Já a prevenção ao câncer inclui a adoção de medidas para se ter uma vida mais saudável, evitando os fatores de risco citados acima, bem como o acompanhamento médico regular e a realização de exames preventivos, que podem ajudar na detecção precoce da doença e assim aumentar as chances de cura.
O que é o câncer ocular?
O câncer ocular é uma condição rara que afeta uma parte vital do corpo humano, os olhos. A doença ocorre quando células malignas presentes nos tecidos oculares passam a se proliferar rapidamente e em larga escala, resultando no tumor no olho.
Na maioria dos casos, o câncer ocular surge através da metástase de outros tipos de câncer presentes no corpo, como câncer de pulmão, câncer de mama ou câncer de próstata.
Abaixo, vamos responder às principais dúvidas sobre esse tipo de câncer que, apesar de menos frequente, não deve ser subestimado. Veja:
Quais os principais tipos de câncer que afetam os olhos?
Os olhos podem ser acometidos por diversos tipos de tumores, que atingem diferentes estruturas oculares como córnea, retina, nervo óptico, pálpebra, conjuntiva, úvea e até mesmo o canal lacrimal. Os principais tipos são:
Melanoma ocular
O melanoma ocular é uma forma de câncer que se desenvolve nas células responsáveis pela produção de pigmentos nos olhos e na pele, chamadas melanócitos. Apesar de raro, representa a forma mais comum de câncer ocular em adultos.
A parte dos olhos mais propensa a desenvolver o melanoma ocular é a úvea, composta pela íris, corpo ciliar e coroide. Dessa forma, esses são os principais locais de atenção para casos suspeitos. Esse tipo de câncer também pode acometer a parte externa do globo ocular, que compreende as pálpebras e a conjuntiva.
Retinoblastoma
O retinoblastoma é um tipo de câncer ocular que afeta principalmente crianças, geralmente entre 0 e 5 anos de idade. O tumor se origina nas células da retina e pode ser hereditário ou ocorrer de forma esporádica.
O principal sintoma da doença, que pode atingir ambos os olhos, é a leucocoria, um reflexo branco que surge nos olhos quando um feixe de luz artificial ou flash de fotografia incide sobre a pupila. O tratamento precoce é essencial para preservar a visão da criança.
Carcinoma ocular
O carcinoma ocular da conjuntiva, também conhecido como carcinoma espinocelular, é um tumor maligno que geralmente se desenvolve na superfície do olho, incluindo a córnea e a conjuntiva. As lesões podem surgir como pintas ou inflamações locais.
Fatores como exposição à luz solar por horas durante muitos anos, assim como a infecção pelo vírus HPV, são possíveis causas para o desenvolvimento deste tipo de câncer.
Linfoma ocular
O linfoma ocular é uma manifestação do linfoma não-Hodgkin que afeta os olhos. Ele pode ocorrer em diferentes partes do globo ocular, incluindo a órbita, conjuntiva, palpebral, aparelho lacrimal e a região intraocular.
Normalmente, esse tipo de câncer atinge com mais frequência idosos, mas também pode se manifestar em pessoas com problemas no sistema imunológico.
Hemangioma capilar
O hemangioma capilar é um tumor benigno raro que geralmente surge no nascimento ou nos primeiros meses de vida do bebê. É caracterizado por manchas vermelhas na pele e pode atingir pálpebras, superfície do olho, ou cavidade ocular.
Se não tratado, esse tipo de tumor pode comprimir o olho do bebê e comprometer o desenvolvimento da visão, levando a problemas oculares como a ambliopia (olho preguiçoso) e glaucoma.
Nevus oculares displásicos
Os nevus oculares são pigmentações benignas, popularmente conhecidas como pintas, que atingem a conjuntiva, membrana externa que cobre a parte branca dos olhos, ou a esclera, a camada abaixo da conjuntiva. Embora nem todos os nevus oculares se transformem em câncer, eles representam uma lesão ocular potencialmente pré-maligna, pois podem sofrer mutações.
A monitorização regular por um oftalmologista é essencial para detectar mudanças que possam indicar a transformação cancerosa.
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Quais os sinais de um câncer ocular?
A maioria dos tipos de câncer ocular não apresenta sintomas visíveis, principalmente nos estágios iniciais. Por isso, é fundamental realizar exames periódicos com o oftalmologista, a fim de detectar alterações precoces e evitar a evolução do problema.
Quando o tumor já se encontra em estágios avançados, podem surgir os seguintes sinais:
- Dor na região ocular (principalmente quando o tumor começa a crescer para o lado de fora do globo ocular);
- Manchas pretas ou escuras na íris;
- Manchas na visão (quando o paciente enxerga pontos ou flashes de luz);
- Alterações na aparência dos olhos;
- Dificuldades para enxergar;
- Perda parcial ou total da visão;
- Mudança na forma ou tamanho da pupila.
Quando trata-se de crianças, uma maneira simples de observar a possível existência de um tumor é através de fotografias tiradas com flash. Quando há existência de tumor, é comum aparecer na foto uma mancha branca na íris da criança, ao invés da mancha vermelha, que é o considerado normal. Caso isso aconteça, procure um oftalmologista para uma análise mais detalhada.
Quais os Fatores de Risco?
Existem diversos fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver câncer ocular. Alguns dos principais são:
- Exposição prolongada à luz solar;
- Histórico familiar;
- Predisposição genética;
- Idade avançada;
- Pintas ou sinais no olho;
- Gênero, já que o câncer ocular atinge mais homens.
- Cor da pele, pois pessoas brancas têm maior risco de desenvolver câncer nos olhos.
Tem como prevenir?
Por ser uma série de doenças que nem sempre apresentam sintomas em seus estágios iniciais, a melhor forma de prevenir o câncer ocular é através da realização de check-ups regulares com um oftalmologista.
Por meio de exames e acompanhamento médico, é possível detectar tumores e outros problemas no olho cedo, evitando que a condição se agrave e diminuindo o risco de sequelas mais sérias, como a cegueira.
Como é o tratamento para o câncer ocular?
O tratamento do câncer ocular varia de acordo com certos fatores, como tipo e localização do tumor, estágio da doença, saúde do paciente e chances de cura.
Para o melanoma ocular, por exemplo, opções como a braquiterapia (aplicação de radiação por meio de um implante colocado na região do olho), radioterapia externa e cirurgia podem ser consideradas.
No caso do retinoblastoma, o tratamento pode incluir quimioterapia, radioterapia e, em casos mais graves, remoção cirúrgica do globo olho afetado.
Além dos tratamentos convencionais, avanços na pesquisa médica têm proporcionado o desenvolvimento de terapias inovadoras, como a laserterapia, a imunoterapia e terapias-alvo, que são capazes de atingir especificamente as células cancerosas, preservando assim as células saudáveis.
É fundamental que pessoas de todas as idades, inclusive as crianças, façam acompanhamento regular com o oftalmologista para identificar de forma precoce qualquer sinal de anormalidade nos olhos, proporcionando assim melhores perspectivas de tratamento e preservação da visão.
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