O teste do olhinho, também conhecido como teste do reflexo vermelho, é um exame essencial para a saúde ocular dos recém-nascidos, com o objetivo de identificar já nos primeiros dias de vida condições que podem comprometer a visão do bebê.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, cerca de 70% dos problemas graves de visão em crianças podem ser evitados ou tratados com o diagnóstico precoce.
Simples, rápido e indolor, o procedimento faz parte da triagem neonatal e deve ser feito, preferencialmente, ainda na maternidade, antes da alta hospitalar.
Neste artigo, você vai entender para que serve o teste do olhinho, como é feito o exame e quais condições ele é capaz de detectar.
Acompanhe!
O que é o teste do olhinho?
O teste do olhinho, também conhecido como teste do reflexo vermelho, é um exame oftalmológico realizado nos primeiros dias de vida do bebê para avaliar as estruturas oculares e observar se o desenvolvimento dos olhos está ocorrendo de maneira adequada.
Seu objetivo é identificar possíveis alterações ou anomalias que indiquem a presença de doenças oculares, como catarata congênita, glaucoma congênito e retinoblastoma.
O teste é recomendado para todos os recém-nascidos e, na maioria dos casos, é feito ainda na maternidade, antes mesmo da alta hospitalar, mas também pode ser realizado na primeira consulta com o pediatra.
Através de uma avaliação simples e rápida, feita por um pediatra ou oftalmologista, o exame observa o reflexo vermelho que deve aparecer na retina do bebê ao incidir luz sobre os olhos.
Com ele, é possível diagnosticar de forma precoce condições oculares que, se não tratados adequadamente, podem resultar em perda visual ou até mesmo cegueira.
Assim, a realização deste teste nos primeiros dias de vida é determinante para que possíveis problemas sejam corrigidos a tempo, permitindo o desenvolvimento saudável da visão do bebê.
Você sabe identificar se o seu bebê tem algum problema de visão? Confira algumas dicas aqui!
Como o teste do olhinho é realizado?
O teste do olhinho é um procedimento simples, rápido e indolor, onde o profissional da saúde faz uso de um oftalmoscópio, instrumento que emite um feixe de luz diretamente nos olhos do bebê.
Ao incidir essa luz sobre o olho, o médico observa o reflexo gerado na retina, que é uma região sensível à luz localizada no fundo do olho.
Para que o teste seja bem-sucedido, o ambiente é ajustado com pouca iluminação, o que facilita a observação do reflexo na retina, que surge devido à transparência das estruturas oculares e ao sangue que flui pela retina.
É importante ressaltar que o procedimento leva apenas alguns minutos e não causa desconforto ao bebê.
Em um exame normal, o reflexo observado no olho será avermelhado, semelhante ao “olho vermelho” visto em fotografias. Isso indica que a luz atravessou a córnea e o cristalino sem obstáculos, alcançando a retina. Dessa forma, o olho do bebê está, teoricamente, livre de obstruções e problemas estruturais importantes.
Caso o reflexo não seja avermelhado ou apresente áreas esbranquiçadas, opacas ou escuras, o resultado pode apontar uma possível anormalidade.
Nestas situações, é recomendada uma avaliação oftalmológica mais profunda, com exames complementares para investigar as causas da alteração.
Importância do teste do olhinho
O Teste do Olhinho é uma ferramenta valiosa no diagnóstico precoce de problemas visuais nos recém-nascidos.
Isso porque, muitas condições que afetam a visão dos bebês não apresentam sintomas claros nos primeiros meses de vida, e podem passar despercebidas sem um exame específico.
A visão é um sentido que se desenvolve com o tempo, e detectar anomalias visuais logo ao nascimento permite iniciar tratamentos precoces, evitando consequências como a cegueira infantil ou o desenvolvimento ocular inadequado.
Além de permitir a detecção de problemas que, sem tratamento, podem comprometer a qualidade de vida da criança, o teste é um direito garantido por lei em muitos países.
De acordo com o Ministério da Saúde, todo bebê nascido no Brasil tem o direito de realizar gratuitamente o teste do olhinho, seja em hospitais públicos ou privados.
O órgão federal também recomenda que o exame seja feito ao menos duas vezes por ano durante os dois primeiros anos de vida do bebê.
Condições detectadas pelo teste
O teste do olhinho é eficaz para detectar uma série de condições congênitas e anomalias oculares. Veja algumas das principais doenças que podem ser diagnosticadas com o exame:
Glaucoma congênito
O glaucoma congênito é uma condição rara caracterizada pelo aumento da pressão intraocular, o que causa danos ao nervo óptico e pode resultar em perda de visão.
A detecção precoce da doença permite tomar medidas para controlar a pressão dentro dos olhos e evitar consequências mais graves.
Catarata congênita
A catarata congênita é caracterizada pela opacidade do cristalino (lente natural que ajuda a focar as imagens), o que impede a passagem de luz para a retina.
A doença pode ser parcial ou total e, se não tratada nos primeiros meses, pode levar a uma deficiência visual permanente.
Retinopatia da prematuridade
A retinopatia da prematuridade afeta principalmente bebês prematuros, quando os vasos sanguíneos da retina não se desenvolvem completamente.
O problema pode causar descolamento da retina e, em casos graves, levar à cegueira. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para estabilizar a condição.
Retinoblastoma
O retinoblastoma é um tumor maligno raro que se forma na retina. Ele pode ser detectado pelo Teste do Olhinho por meio de um reflexo branco (leucocoria) no olho, que aparece quando o tumor bloqueia o reflexo vermelho.
A detecção precoce é fundamental para o tratamento da doença, que tem altas taxas de cura quando diagnosticado cedo.
Opacidades congênitas de córnea
As opacidades congênitas de córnea ocorrem quando o órgão, que normalmente é transparente, se torna opaco, o que impede a passagem de luz para a retina.
Existem diversas causas para esse problema, e a detecção precoce permite uma avaliação mais detalhada para que o tratamento seja iniciado rapidamente.
Tumores intraoculares
Além do retinoblastoma, outros tipos de tumores intraoculares podem ser detectados pelo teste do olhinho.
Apesar de menos comuns, esses tumores representam risco à visão e à saúde ocular, e o diagnóstico precoce contribui para o sucesso do tratamento.
Inflamações intraoculares
Inflamações intraoculares, como a uveíte, podem ser sinal de infecções ou doenças autoimunes que afetam os olhos. O teste do olhinho permite a detecção de alterações associadas a esses processos inflamatórios, sendo o primeiro passo para o tratamento e controle da inflamação.
Hemorragias intra-vítreas
Hemorragias dentro do olho, especialmente no vítreo (a substância gelatinosa que preenche o interior do olho), podem prejudicar a visão. Com o teste do olhinho, é possível identificar essas alterações e investigar suas origens, pois podem indicar outras condições oculares
O que fazer em caso de alterações no teste?
Quando o teste do olhinho indica a presença de alterações, algumas medidas são necessárias para investigar e confirmar o diagnóstico, a fim de planejar o tratamento mais adequado para cada caso.
Primeiramente, é fundamental que a avaliação do bebê seja conduzida por um oftalmologista especializado em pediatria, pois esse profissional está capacitado para diagnosticar e tratar condições oculares em crianças, acompanhando de perto o desenvolvimento visual do paciente.
Em casos de suspeita de doenças oculares, exames de imagem, como ultrassonografia ocular e tomografia, podem ser solicitados para uma análise mais profunda. Esses exames ajudam a identificar com precisão a extensão e a natureza da anomalia detectada.
Para muitos problemas detectados pelo teste do olhinho, o tratamento precoce é a chave para evitar danos permanentes. Procedimentos cirúrgicos, uso de óculos, tratamentos com laser e medicamentos podem ser indicados, dependendo da condição e da gravidade do caso.
Iniciar o tratamento nos primeiros meses de vida maximiza as chances de recuperação e contribui para o desenvolvimento saudável da visão do bebê.
Conclusão
Como vimos no artigo, o teste do olhinho é um exame de triagem essencial para detectar problemas oculares em recém-nascidos, pois permite identificar e tratar condições que, se não diagnosticadas, podem afetar o desenvolvimento visual, como catarata congênita e retinoblastoma.
Juntamente com o acompanhamento regular do oftalmologista pediátrico, esse exame simples e rápido oferece uma janela de oportunidade para intervenções precoces, evitando que anomalias na visão interfiram na qualidade de vida do bebê.
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