Conjuntivite alérgica: sintomas e como tratar

A conjuntivite alérgica é uma doença ocular caracterizada pela inflamação da conjuntiva, membrana transparente que cobre a parte branca do olho e o interior das pálpebras.

Muitas pessoas conhecem ou mesmo já foram acometidas por esse problema, mas o que poucos sabem é que existem diferentes formas de conjuntivite: conjuntivite viral, conjuntivite bacteriana e a conjuntivite alérgica, uma condição que atinge cerca de 20% das pessoas.

Neste artigo, você vai conhecer mais sobre a conjuntivite alérgica e saber quais são suas causas, sintomas e formas de tratamento.

Acompanhe!

O que é conjuntivite alérgica?

A conjuntivite alérgica é a inflamação da conjuntiva, membrana fina e transparente que recobre a parte branca do olho e interna da pálpebra. Como o próprio nome diz, a condição é provocada pela reação alérgica a substâncias como pólen, ácaros, pelos de animais, mofo, produtos químicos ou cosméticos. 

Isso acontece porque o sistema imunológico, ao detectar esse tipo de  material como ameaça, libera histaminas e outros compostos químicos que desencadeiam a inflamação.

Esta é a manifestação mais simples da conjuntivite, porém não menos preocupante, pois cerca de 20% das pessoas apresentam algum grau de conjuntivite alérgica.

Os principais agentes causadores de crises alérgicas que podem desencadear um quadro de conjuntivite são:

✅ pólen;

✅ poeira;

✅ pelos de animais;

✅ fungos;

✅ lentes de contato ou óculos de outra pessoa;

✅ cloro de piscina;

✅ poluição do ar;

✅ fumaça;

✅ látex;

✅ medicamentos;

✅ maquiagem (especialmente produtos fora da validade);

✅ alimentos (amendoim, frutos do mar, leite, nozes, soja, entre outros), 

✅ ácaro;

✅ cola para cílios postiços.

Além disso, a conjuntivite alérgica costuma ser mais frequente na primavera — já que nessa estação as quantidades de pólen no ar aumentam bastante — e também nos meses em que o tempo está mais seco, devido ao crescente acúmulo de partículas alergênicas na atmosfera.

Existem pelo menos 4 tipos diferentes de conjuntivite alérgica. Veja as características de cada uma:

Conjuntivite alérgica sazonal

Também conhecida como febre do feno, a conjuntivite alérgica sazonal é provocada por alérgenos presentes no ar durante certas épocas do ano, como o pólen de plantas, árvores e flores, que são mais comuns na primavera e no início do verão.

Conjuntivite alérgica perene

Diferente da sazonal, a conjuntivite alérgica perene geralmente ocorre durante todo o ano. Na maioria das vezes, o problema é causado devido a alergia de substâncias presentes em ambientes fechados, como ácaros, poeira, pelos de animais e mofo.

Conjuntivite primaveril ou vernal

A ceratoconjuntivite primaveril, também chamada de ceratoconjuntivite vernal, é a forma mais grave de conjuntivite alérgica sazonal. A condição é caracterizada por uma inflamação crônica da conjuntiva e da córnea, o que leva a sintomas intensos como coceira, lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz e visão borrada.

Além disso, a doença pode causar lesões na córnea e complicações a longo prazo se não forem tratados adequadamente. É mais frequente em meninos entre 5 e 20 anos que sofrem de eczema, asma ou alergia sazonal.  

Ceratoconjuntivite atópica

A ceratoconjuntivite atópica é um tipo de conjuntivite alérgica que está associado à inflamações de pele, como dermatite atópica. Pode ocorrer em conjunto com sintomas de alergia em outras partes do corpo.

Além dos principais tipos citados acima, a conjuntivite papilar gigante também é alérgica e surge devido ao uso prolongado de lentes de contato ou próteses oculares.

Veja também: Terçol: sintomas, causas e tratamentos

Sintomas da conjuntivite alérgica

Sintomas da conjuntivite alérgica

Conhecer e identificar os sinais da conjuntivite alérgica é essencial para tratar essa condição de forma adequada. Uma das principais características da doença é que, na maioria das vezes, ambos os olhos são afetados, ainda que um olho possa apresentar sintomas mais graves do que o outro. 

Também é importante salientar que a conjuntivite alérgica não é contagiosa, ou seja, não pode ser transmitida de uma pessoa para outra. Alguns dos sintomas mais comuns da doença são:

Vermelhidão nos olhos

Um dos sintomas mais comuns da conjuntivite alérgica é a vermelhidão nos olhos. Isso acontece devido à inflamação dos pequenos vasos sanguíneos da conjuntiva, que se tornam dilatados e mais visíveis.

Coceira

A coceira intensa nos olhos é outra característica da conjuntivite alérgica. Por vezes, a coceira é tão intensa que causa irritação e um desejo constante de coçar os olhos. Mas é importante lembrar que esse ato piora os sintomas e pode provocar lesão ocular.

Lacrimejamento

Os olhos afetados pela conjuntivite alérgica costumam lacrimejar mais do que o normal. Isso ocorre como uma resposta do corpo para tentar lavar os alérgenos presentes na superfície ocular.

Sensação de areia nos olhos

Por conta da irritação causada pela inflamação na superfície ocular, muitas pessoas com conjuntivite alérgica relatam uma sensação de areia nos olhos, o que geralmente causa desconforto ao piscar.

Inchaço das pálpebras

O inchaço das pálpebras é outro sintoma comum da conjuntivite alérgica, muitas vezes causado pela reação à substância alergênica ou mesmo à constante coceira e fricção dos olhos.

Fotofobia

Pessoas com conjuntivite alérgica normalmente apresentam maior sensibilidade à luz, condição conhecida como fotofobia. Com isso, estar em ambientes muito claros ou expostos à luz solar direta costuma se tornar desconfortável.

Diagnóstico e tratamento da conjuntivite alérgica

O tratamento da conjuntivite alérgica é essencial para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Diagnóstico conjuntivite alérgica

O diagnóstico é feito pelo oftalmologista, que avalia o histórico clínico do paciente e realiza um exame ocular detalhado. A identificação de padrões de exposição a alérgenos, como pólen ou poeira, ajuda a confirmar a causa da inflamação. Em casos mais complexos, testes específicos, como exames de sangue ou análise de amostras da conjuntiva, podem ser necessários para determinar o alérgeno responsável.

Tratamento conjuntivite alérgica

O tratamento foca em reduzir o contato com alérgenos e controlar os sintomas com medicamentos. Colírios antialérgicos, como estabilizadores de mastócitos e anti-histamínicos, são comumente usados para aliviar a coceira e o inchaço. Nos casos mais graves, o médico pode prescrever corticosteroides tópicos para reduzir a inflamação, sempre com acompanhamento profissional. Além disso, compressas frias podem oferecer alívio imediato.

Medidas preventivas, como manter o ambiente limpo e evitar locais com alta concentração de alérgenos, são fundamentais para reduzir crises futuras. Em casos persistentes, a imunoterapia pode ser uma solução a longo prazo.

Conjuntivite alérgica e bacteriana: quais as diferenças?

Conjuntivite alérgica e bacteriana: quais as diferenças?

A conjuntivite bacteriana é uma outra forma muito comum de conjuntivite. Mas, nesse caso, a inflamação da conjuntiva é causada pela infecção por diversas bactérias, como Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae, Moraxella catarrhalis, Staphylococcus aureus ou Pseudomonas aeruginosa.

Diferente da versão alérgica, a conjuntivite bacteriana é altamente contagiosa, já que a doença pode se espalhar com facilidade no momento em que alguém encosta a mão em um lugar contaminado e leva aos olhos.

Além disso, a versão bacteriana costuma atingir apenas um olho — ainda que o outro olho possa ser contaminado caso haja contato com a mão infectada. Já o tipo alérgico, como dito acima, afeta os dois olhos simultaneamente.

Outra diferença importante entre a conjuntivite alérgica e a bacteriana é o tratamento. Na inflamação causada por bactérias, o objetivo do tratamento é combater o agente causador do problema, o que geralmente é feito por meio do uso de antibióticos em forma de colírios ou pomadas recomendado pelo oftalmologista. Nestes casos, a duração média do quadro de infecção costuma ser de uma semana.

Já na conjuntivite alérgica, medicamentos antialérgicos são usados para prevenir ou combater os quadros de alergia ocular. Além disso, é fundamental suspender imediatamente o uso de lentes de contato ao menor sinal de irritação nos olhos.

Vale a pena ressaltar que, assim como as crises alérgicas, a conjuntivite oriunda de substâncias que causam alergia também costumam ser recorrentes.

Dessa forma, se a condição se tornar crônica e não houver o devido cuidado preventivo, a inflamação da conjuntiva pode causar problemas mais graves, como opacificação da córnea, diminuição da capacidade da visão e até mesmo cegueira.

Por isso, é muito importante fazer consultas regulares com um oftalmologista, que poderá realizar o diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado para cada caso.

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