A característica de apresentar olhos de cores diferentes é conhecida cientificamente como heterocromia, sendo comum em alguns animais, mas rara em humanos, atingindo cerca de 1% da população mundial.
Mas por que isso acontece? Há nessa condição algum risco para a saúde? É preciso tomar algum cuidado especial?
Nas próximas linhas, você vai conhecer as razões para esse tipo de alteração e quando é preciso procurar o oftalmologista.
Por que algumas pessoas têm olhos de cores diferentes?
A heterocromia pode ocorrer tanto de forma congênita (desde o nascimento) quanto de forma adquirida. Confira as diferenças:
Heterocromia genética
Devido a uma mutação no gene EYCL3, responsável pela quantidade de melanina presente na íris, os olhos podem ter uma coloração mais voltada para o castanho ou para o azul.
Quando essa mutação está relacionada ao gene EYCL1, costuma afetar a pigmentação, levando o olho a uma tonalidade esverdeada.
Apesar de poder ser congênita, a heterocromia não é necessariamente hereditária, podendo surgir em pessoa com ou sem histórico familiar.
Heterocromia Adquirida
Diferentemente da forma genética, a heterocromia adquirida geralmente se dá após a primeira infância, podendo se manifestar até mesmo na fase adulta.
Vale alertar que os olhos de cores diferentes, quando não são desde o nascimento, podem ser indicativos de doenças ou lesões.
Assim, é essencial estar alerta e visitar o oftalmologista, caso note algum sinal de alteração, para que seja feito o diagnóstico correto e, se for o caso, seja indicado o tratamento.
A ocorrência heterocromia após o nascimento pode ser sinal de:
- Tumores.
- Glaucoma.
- Inflamação nos olhos.
- Uveíte.
- Diabetes.
- Neurofibromatose.
- Síndrome de Horner.
- Síndrome de Waardenburg.
Além disso, traumas e lesões na região ocular podem causar disrupção na íris, também podendo levar a alteração na cor dos olhos.
É comum os pais terem dúvidas sobre quando devem procurar o oftalmologista para avaliar os filhos. Este artigo vai sanar as suas dúvidas:
Quando levar os filhos ao oftalmologista?
Quais são os tipos de heterocromia?
1. Completa
A heterocromia completa é a forma rara do fenômeno e faz com que a pessoa apresente uma coloração completamente diferente entre os olhos.
2. Central
Popularmente conhecida como “olho de gato”, apresenta dois ou mais círculos de cores distintas ao redor da da pupila. Geralmente esse tipo de heterocromia surge em apenas um dos olhos da pessoa.
3. Setorial
A heterocromia setorial ocorre quando a alteração é semelhante a uma mancha na íris do indivíduo. Esse tipo de alteração costuma surgir em apenas em um dos olhos.
Quando devo procurar o oftalmologista?
Como dissemos, quando acontece desde o nascimento, a heterocromia não costuma ser indicativo de qualquer problema nos olhos, sendo somente uma alteração de coloração.
No entanto, quando surge ao longo da vida, pode indicar algum problema e precisa ser avaliada pelo oftalmologista.
Confira as recomendações dos especialistas em cada condição:
1. Bebês
Em bebês que já nasceram com heterocromia, o recomendado é realizar o exame oftalmológico após os 10 meses de vida, uma vez que costuma ser a partir desse período que os olhos dos bebês passam a apresentar sua pigmentação definitiva.
O exame oftalmológico é essencial para identificar se a condição se dá por um fator genético ou por uma doença patológica.
2. Manifestações heterocromáticas após o nascimento
Como dito acima, nos casos em que a alteração de coloração dos olhos ocorre ao longo da vida, costuma ser um forte indicativo de doenças que afetam a região ocular.
Caso isso ocorra com você (ou alguém próximo), a orientação é procurar o oftalmologista imediatamente, para descobrir a origem do problema.
3. Lesões
Em casos de lesões ou traumas nos olhos, que provoquem mudança na coloração, é essencial a procura de um oftalmologista imediatamente, a fim de que seja rapidamente tratada a alteração, evitando a progressão para problemas mais graves.
Heterocromia: procure a Viva Oftalmo!
Como vimos ao longo do artigo, os olhos de cores diferentes podem ter diversas origens, tanto genéticas quanto por problemas oculares.
Infelizmente, muitas pessoas que apresentam essa alteração são vítimas de preconceito e preocupações, na maioria das vezes desnecessárias.
De qualquer forma, para ficar tranquilo quanto à origem da alteração, o ideal é buscar a avaliação com o oftalmologista, para que sejam diagnosticadas as causas e feitas as devidas orientações.
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