O estrabismo é uma condição visual caracterizada pelo desequilíbrio na função dos músculos oculares que causa um desalinhamento e impede que os olhos fiquem paralelos.
Esse desvio no olho pode surgir ainda na primeira infância ou ser adquirido ao longo do tempo, e a cirurgia de estrabismo costuma ser uma opção utilizada quando outras formas de tratamento – como o uso de lentes corretivas ou tapa-olho – não são suficientes para corrigir o problema.
Neste artigo, você vai entender como funciona a cirurgia de estrabismo, quais os preparos necessários para o procedimento e a importância do acompanhamento pós-cirúrgico para a manutenção dos resultados.
Acompanhe!
Entendendo a cirurgia de estrabismo
O estrabismo é uma condição ocular caracterizada pelo desequilíbrio na função dos músculos oculares, o que causa um desalinhamento e impede que os olhos fiquem paralelos.
Assim, quando um dos olhos foca diretamente para um objeto, o outro olho é desviado para uma direção diferente. Esse desalinhamento pode ser constante ou intermitente e afetar um ou ambos os olhos.
Existem diferentes variações de estrabismo, que pode ser convergente (quando o olho é desviado em direção ao nariz), divergente (quando o desvio é para o lado), ou vertical (quando é para baixo ou para cima).
A patologia pode ser congênita e surgir logo após o nascimento, ou adquirida ao longo do tempo, devido a fatores como problemas neurológicos, traumas ou doenças sistêmicas.
Além do impacto estético, o estrabismo pode causar problemas de visão, como a visão dupla (diplopia) ou a supressão da vista em um dos olhos (ambliopia), também conhecida como “olho preguiçoso”.
Como a cirurgia corrige o estrabismo?
A cirurgia de estrabismo corrige o desalinhamento dos olhos ao ajustar o comprimento ou a posição dos músculos oculares responsáveis pelos movimentos a fim de fiquem alinhados corretamente, o que permite uma visão binocular mais eficaz e uma aparência mais simétrica dos olhos.
Durante a cirurgia, o oftalmologista pode fortalecer ou enfraquecer esses músculos para alterar a direção em que o olho se move. Dessa forma, a correção do estrabismo é feita da seguinte maneira:
- Para corrigir estrabismos convergentes, onde os olhos estão voltados para dentro, o músculo ocular é encurtado para fortalecer sua ação.
- Nos casos em que o olho precisa ser movido na direção oposta, como em estrabismos divergentes, o músculo ocular é reposicionado mais para trás em seu ponto de inserção, o que enfraquece sua ação.
A decisão sobre qual técnica utilizar depende de uma avaliação cuidadosa do oftalmologista, que leva em consideração a idade do paciente, variação do estrabismo, gravidade do desalinhamento e se um ou ambos os olhos são afetados, além da presença de qualquer outra condição ocular associada.
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Preparação para a cirurgia
Antes de se submeter à cirurgia de estrabismo, é essencial passar por uma série de exames e avaliações pré-operatórias a fim de garantir a segurança e eficácia do procedimento.
Primeiramente, o oftalmologista realizará uma avaliação detalhada da acuidade visual, dos movimentos oculares e da refração do paciente para determinar o tipo e a gravidade do estrabismo.
A saúde dos olhos também será avaliada para identificar qualquer outra condição que possa interferir na cirurgia.
Além disso, exames de sangue também são solicitados para avaliar o estado de saúde do paciente e, em alguns casos, exames de imagem, como tomografia ou ressonância, podem ser necessários para examinar a anatomia dos músculos oculares e planejar a cirurgia de maneira mais precisa.
Para o procedimento, é necessário seguir algumas orientações passadas pelo médico, como:
- Jejum: O paciente geralmente precisa jejuar por algumas horas antes da cirurgia, especialmente se for utilizada anestesia geral.
- Suspensão de Medicamentos: Alguns medicamentos precisam ser suspensos antes do procedimento cirúrgico. Por isso, é importante informar o médico sobre todos os remédios que o paciente toma.
- Uso de lentes de contato: Se o paciente usa lentes de contato, o médico pode recomendar que elas sejam substituídas por óculos por um determinado período antes da cirurgia.
- Acompanhamento no dia da cirurgia: É aconselhável que o paciente esteja acompanhado no dia da cirurgia, pois geralmente há necessidade de assistência após o procedimento devido à anestesia e ao desconforto inicial.
O procedimento cirúrgico
A cirurgia de estrabismo geralmente é realizada em regime ambulatorial, ou seja, o paciente pode ir para casa no mesmo dia. O procedimento costuma ser rápido, com cerca de 1 hora de duração, e segue algumas etapas.
A primeira delas é a anestesia, que pode ser local ou geral, dependendo da idade do paciente e da complexidade do caso. Em seguida, o oftalmologista faz uma pequena incisão na conjuntiva (a camada externa do olho) para acessar os músculos oculares.
Então, a partir do tipo de procedimento escolhido, o cirurgião irá encurtar, alongar ou reposicionar os músculos para corrigir o desalinhamento.
Após o ajuste, a incisão é fechada com suturas finas, que podem ser absorvíveis ou removíveis.
O paciente então é monitorado em uma sala de recuperação até que esteja acordado e em condições de ir para casa.
É importante ressaltar que o oftalmologista desempenha um papel fundamental em todas as etapas da cirurgia de estrabismo, desde as avaliações pré-operatórias até o ajuste final dos músculos oculares, a fim de garantir que os olhos estejam alinhados corretamente, com o mínimo risco de complicações e uma melhora significativa na função visual do paciente.
Cuidados pós-operatórios e recuperação
A recuperação após a cirurgia de estrabismo geralmente é rápida, mas requer certos cuidados para garantir o sucesso do procedimento:
- Descanso nas primeiras 24 a 48 horas após a cirurgia.
- Uso de colírios antibióticos e anti-inflamatórios (prescritos pelo oftalmologista) para prevenir infecções e reduzir a inflamação.
- Uso de óculos escuros para proteger os olhos de traumas ou luz intensa durante o período de recuperação.
- Evitar atividades físicas intensas por pelo menos uma semana após a cirurgia.
- Seguir corretamente as orientações do médico quanto à higiene ocular e evitar tocar ou esfregar os olhos.
Mesmo com todos os cuidados pós-operatórios citados acima, alguns pacientes podem experimentar pequenos sangramentos ou inchaços ao redor dos olhos, que normalmente se resolvem sozinhos em poucos dias.
Outra complicação possível é a ocorrência de visão dupla temporária após a cirurgia, já que o cérebro ainda está em processo de ajuste ao novo alinhamento dos olhos.
Além disso, em determinados casos o estrabismo pode retornar, exigindo tratamentos adicionais ou mesmo uma segunda cirurgia.
Veja também: Cirurgia refrativa em Brasília (DF): Como é feita e recuperação
Acompanhamento e resultados
Realizar o acompanhamento pós-cirúrgico é fundamental para monitorar a recuperação e garantir que os olhos permaneçam alinhados corretamente.
As consultas regulares com o oftalmologista permitem avaliar a posição dos olhos e saúde ocular como um todo, além da necessidade de quaisquer ajustes no plano de tratamento.
Os resultados da cirurgia de estrabismo variam de paciente para paciente, mas a maioria experimenta uma melhora significativa no alinhamento dos olhos e na visão binocular.
Em crianças, a correção precoce do estrabismo é imprescindível para a prevenção de problemas de visão a longo prazo, como a ambliopia (olho preguiçoso).
Em alguns casos, pode ser necessário realizar ajustes adicionais ou tratamentos complementares, como o uso de óculos ou exercícios oculares, para manter os resultados da cirurgia.
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