O glaucoma é uma doença ocular que age silenciosamente e afeta o nervo óptico, estrutura responsável por transmitir ao cérebro as informações visuais captadas pela retina. Quando não diagnosticado e tratado no início, o glaucoma pode evoluir e causar perda irreversível da visão.
Existem diversos fatores que podem provocar ou agravar o glaucoma, e apesar de pouco falado, o estresse — esse mal tão comum na correria diária do mundo de hoje — é um dos principais deles.
Neste artigo, você vai entender qual a relação entre estresse e glaucoma e receber dicas práticas de como controlar o estresse.
Acompanhe!
Afinal, o que é glaucoma e quais os seus riscos?
O glaucoma é uma doença ocular crônica (ou seja, não tem cura) caracterizada pela deterioração progressiva do nervo óptico, estrutura formada por milhões de fibras nervosas que têm a função de transmitir ao cérebro as informações visuais captadas pela retina.
A principal causa da doença é a pressão intraocular elevada, que ocorre devido ao desequilíbrio entre a produção e a drenagem do líquido transparente que circula entre as estruturas do olho, chamado de humor aquoso. Quando esse líquido se acumula, a pressão dentro do olho aumenta, o que comprime o nervo óptico e os vasos sanguíneos que o nutrem.
Com isso, as fibras nervosas que integram o nervo óptico sofrem lesões e morrem de forma gradual, uma vez que não são capazes de se restaurar, levando a redução do campo visual que pode evoluir para a cegueira total quando não tratada.
Além da pressão intraocular elevada, outros fatores de risco para o surgimento do glaucoma são histórico familiar da doença; idade acima de 40 anos; hipertensão arterial; diabetes; doenças cardiovasculares; uso prolongado de medicamentos à base de corticóides e outras doenças nos olhos, como deslocamento da retina ou tumores.
Existem quatro tipos diferentes de glaucoma. São eles:
✅ Glaucoma de ângulo aberto: tipo mais comum da doença, se caracteriza pela obstrução lenta e gradual do humor aquoso, o que leva ao aumento da pressão intraocular e ao dano do nervo óptico.
✅ Glaucoma de ângulo fechado: apesar de surgir com menos frequência, esse tipo é mais agressivo e urgente. Ocorre quando há bloqueio súbito do fluxo de humor aquoso, e pode levar a perda irreversível da visão se não tratado imediatamente.
✅ Glaucoma congênito: condição rara que afeta recém-nascidos e crianças até 3 anos, o glaucoma congênito pode levar a danos permanentes no nervo óptico e na córnea.
✅ Glaucoma secundário: motivado principalmente por fatores externos, o glaucoma secundário ocorre devido a outras inflamações já presentes nos olhos, como a catarata, hemorragias internas e retinopatia diabética.
Riscos do glaucoma
O glaucoma pode ter consequências graves se não for diagnosticado e tratado precocemente. Isso porque, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença é a segunda maior causa de cegueira irreversível no mundo, apenas atrás da catarata.
O principal motivo para esse alto índice de perda da visão é que, muitas vezes, o glaucoma não apresenta sintomas perceptíveis até fases avançadas. Esse panorama é muito comum nos casos do glaucoma de ângulo aberto — responsável por cerca de 80% das incidências — onde os primeiros sinais surgem quando já ocorre uma perda significativa do campo visual.
Por isso, o acompanhamento regular com um oftalmologista é fundamental, especialmente quando a pessoa apresenta algum dos fatores de risco citados acima.
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Estresse e glaucoma: qual a relação?
Muito já se foi falado sobre os malefícios do estresse para a saúde. Quando ocorre de forma crônica, o estresse pode provocar uma série de problemas físicos e mentais, com maior risco para doenças cardiovasculares, ganho de peso, distúrbios de sono, depressão, entre outros.
O que as pessoas não sabem é que o estresse também é um dos principais fatores que podem causar ou agravar o glaucoma. Isso porque, níveis elevados de estresse causam dilatação da pupila e desencadeiam um mecanismo chamado “bloqueio pupilar”, que ocorre quando o humor aquoso não consegue fluir normalmente pela pupila, o que causa um aumento da pressão intraocular.
Além disso, um estudo realizado no Hospital Oftalmológico de Brasília, em parceria com o Hospital das Clínicas da UNICAMP, mostrou a relação entre altos níveis elevados de estresse e os níveis de pressão interna nos olhos.
Esse estudo mostrou que em cerca de 35% dos pacientes com estresse crônico, o aumento da pressão dentro do olho chegou a mais de 2 mmHg, o que é um valor considerável para pacientes diagnosticados com glaucoma. Por essa razão, controlar o estresse é uma medida importante para evitar a progressão da doença.
Mas, vale a pena ressaltar que apenas o controle do estresse não é suficiente para estabilizar o glaucoma. É essencial que o portador da doença também evite certos comportamentos, como sedentarismo, ingestão de muito líquido em pouco tempo, levantamento de objetos pesados, prática de exercícios extenuantes, certas posições de yoga, tocar instrumentos de sopro, entre outros.
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O que fazer no dia a dia para controlar o estresse
Controlar o estresse não é importante apenas para estabilizar o glaucoma, mas também para a saúde mental e o bem-estar emocional. Veja algumas dicas práticas que podem ser aplicadas no dia a dia para manter o estresse sob controle:
Pratique técnicas de relaxamento
A prática da meditação, alongamento, ou exercícios de respiração é uma técnica eficiente para acalmar a mente e está associada à redução dos sintomas do estresse. Esses exercícios de relaxamento também são importantes para a saúde mental, uma vez que contribuem para o desenvolvimento do foco, da autoestima e da busca por emoções positivas.
Exercite-se regularmente
Os exercícios são ótimos aliados no controle do estresse. Isso porque a prática regular de atividades físicas ajuda o cérebro a liberar hormônios como a dopamina e a endorfina, que estão relacionados ao bem-estar, alegria e bom humor. Encontre um exercício que você goste — sem esquecer das restrições impostas pelo glaucoma — e logo sentirá os benefícios.
Mantenha uma alimentação saudável
Manter uma alimentação saudável contribui muito para o manejo do estresse e o cuidado com a saúde mental. Dessa forma, é essencial consumir mais frutas, verduras, legumes, oleaginosas, grãos integrais e proteínas magras, que aumentam a sensação de bem-estar e melhoram o humor.
Tenha qualidade de sono
Noites mal dormidas costumam aumentar os níveis de cansaço, fadiga e estresse. Por isso, é importante ter um sono de qualidade, a fim de renovar as energias do corpo e da mente. O ideal é evitar televisão e celular 30 minutos antes de dormir, e tentar ir para a cama no mesmo horário. Os especialistas também recomendam um sono de 7 a 9 horas por noite.
Evite acumular múltiplas tarefas
Nos dias atuais, é comum e até mesmo valorizado ser multitarefas, ou seja, fazer várias coisas ao mesmo tempo. No entanto, efetuar duas ou mais tarefas de forma simultânea geralmente aumenta o gasto de energia e o estresse. Por isso, é importante aprender a dizer não a tarefas ou compromissos que causem excesso de estresse.
Cultive hobbies
Cultivar hobbies é uma forma leve e gostosa de aliviar o estresse e se sentir realizado. Para isso, é importante reservar tempo e fazer atividades prazerosas, como ler, pintar, cozinhar ou ouvir música.
Busque apoio profissional
Se você sentir que o estresse está interferindo na sua vida cotidiana, não tenha medo de pedir ajuda. Contar com amigos e familiares para desabafar e aliviar o peso, assim como buscar auxílio profissional quando necessário, são atitudes positivas para encontrar uma solução adequada e evitar que problema se torne ainda maior.
Lembre-se que controlar o estresse é benéfico para a saúde da mente, do corpo, e também para a saúde dos seus olhos. Como vimos no artigo, o estresse crônico é um importante fator de risco para agravar ou causar o glaucoma, uma doença silenciosa que pode causar cegueira se não for diagnosticada e tratada de forma precoce.
Por isso, além de controlar o estresse, é fundamental realizar o acompanhamento regular com um oftalmologista, a fim de cuidar de sua saúde ocular.
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