A paquimetria é um exame oftalmológico muito importante que tem a finalidade de medir a espessura da córnea, a camada transparente localizada na região anterior do globo ocular.
Com o exame, é possível obter informações valiosas sobre essa estrutura que são fundamentais para o diagnóstico, tratamento e avaliação de diversas doenças e procedimentos oculares.
Neste artigo, você vai entender o que é a paquimetria e quando esse exame é indicado, além de descobrir como é feito o exame.
Acompanhe!
Definição e importância da paquimetria
A paquimetria é um exame oftalmológico que mede a espessura da córnea, camada transparente fina e delicada que fica localizada na parte frontal do olho.
A córnea é uma estrutura essencial para nossa visão, pois é responsável pela maior parte do poder refrativo do olho e ajuda a focalizar a luz na retina.
Alterações na espessura corneana podem afetar a qualidade da visão e estão associadas a vários problemas e doenças oculares.
Por isso, a espessura da córnea é um parâmetro muito importante na oftalmologia, já que influencia diretamente a precisão de vários procedimentos diagnósticos e terapêuticos.
Normalmente, resultados entre 470 e 550 micrômetros são considerados dentro da faixa de normalidade. Abaixo desse nível, a córnea é classificada como fina, enquanto para valores acima de 550 micrômetros ela é espessa.
Indicações para a realização da paquimetria
A paquimetria costuma ser indicada tanto para o diagnóstico e controle de diferentes doenças oculares quanto para avaliação pré e pós-operatória de algumas cirurgias.
As principais indicações para a realização deste exame são:
Glaucoma
O glaucoma é uma doença ocular crônica caracterizada pela deterioração progressiva do nervo óptico, que pode levar a perda irreversível da visão se não tratada adequadamente.
Sua principal causa é a pressão intraocular elevada, e a espessura da córnea pode alterar a medição dessa pressão.
Pacientes com córneas finas podem apresentar valores menores, enquanto córneas espessas são capazes de elevar esse número. Com a paquimetria, é possível corrigir essas medidas, o que garante um diagnóstico mais preciso.
Ceratocone
O ceratocone é uma doença ocular crônica e degenerativa, ou seja, não tem cura e pode piorar caso não seja tratada adequadamente.
Ela se caracteriza por alterar progressivamente a superfície da parte central da córnea que, com o tempo, se deforma e assume um formato de cone.
A paquimetria é fundamental para diagnosticar e monitorar a progressão do ceratocone, pois ajuda a decidir o momento ideal para intervenções como o crosslinking, que visa fortalecer as fibras de colágeno da córnea e retardar a progressão da doença.
Edema da córnea
O edema (ou inchaço) da córnea é um problema oftalmológico que pode ocorrer devido a várias razões, como traumas, processos inflamatórios, infecções, complicações pós-cirúrgicas, entre outras.
A paquimetria é utilizada para medir o grau do inchaço e auxiliar no diagnóstico e monitoramento da condição.
Alterações genéticas
Algumas pessoas possuem predisposição genética para desenvolver condições oculares que afetam a espessura corneana, como distrofias corneanas.
Nesses casos, a paquimetria é recomendada como exame de rotina para auxiliar na detecção precoce e no controle preventivo dessas condições.
Pré-operatório de cirurgia refrativa
Antes de realizar cirurgias refrativas, como LASIK, PRK ou SMILE — que é a última geração em cirurgias a laser para corrigir erros de refração, sendo a mais moderna e segura de todas — os pacientes passam por uma avaliação completa da córnea.
A paquimetria permite ao cirurgião ter informações precisas sobre a espessura da córnea, o que ajuda a determinar a viabilidade e segurança do procedimento.
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Procedimento e preparação para o exame
O exame de paquimetria é simples, rápido, indolor e não requer nenhum tipo de preparação ou cuidado especial para ser feito.
Existem dois métodos principais para a realização da paquimetria, o ultrassônico e o óptico. Entenda como eles funcionam:
Paquimetria ultrassônica
Na paquimetria ultrassônica, são utilizadas ondas sonoras de alta frequência para medir a espessura da córnea.
Após uma gota de colírio anestésico ser aplicada no olho para evitar desconforto, um pequeno transdutor é colocado em contato próximo à superfície ocular, emitindo ondas ultrassônicas que refletem de volta ao dispositivo.
Baseado no tempo que as ondas sonoras levam para retornar, é calculada a espessura corneana.
Paquimetria óptica
Na paquimetria óptica, um dispositivo direciona um feixe de luz para a córnea e analisa a maneira como a luz é refletida e refratada pela estrutura, calculando assim a espessura corneana.
O paciente é instruído a olhar fixamente para uma luz enquanto as medidas são realizadas sem contato direto com o olho, tornando-o mais confortável para o paciente e reduzindo o risco de infecções.
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Interpretação dos resultados e seguimento
Após a realização da paquimetria, o oftalmologista terá acesso a informações detalhadas sobre a espessura corneana e será capaz de interpretar os resultados e suas possíveis implicações para a saúde ocular do paciente, sempre considerando também outros exames e a história clínica da pessoa para chegar a um diagnóstico preciso.
Como dissemos anteriormente, os resultados da paquimetria são expressos em micrômetros e fornecem a espessura exata da córnea.
Uma espessura normal varia entre 470 e 550 micrômetros. Resultados que fogem dessas medidas podem indicar a presença de condições como ceratocone (córnea mais fina) ou edema corneano (córnea mais espessa).
Com o diagnóstico em mãos, o oftalmologista pode indicar o tratamento mais indicado de acordo com a condição detectada. Alguns exemplos são:
- Glaucoma: Caso a paquimetria revele uma córnea mais fina, o oftalmologista pode ajustar as leituras da pressão intraocular e, se necessário, iniciar ou modificar o tratamento para glaucoma, seja com o uso de colírios, laser ou cirurgia para controlar a pressão intraocular.
- Ceratocone: A paquimetria é uma ferramenta essencial no monitoramento da progressão da doença. Com base nos resultados, o oftalmologista pode recomendar o uso de lentes de contato especiais, procedimentos como o crosslinking ou, em casos avançados, um transplante de córnea.
- Edema na córnea: O tratamento para edemas na córnea pode incluir o uso de colírios anti-inflamatórios, medicamentos para reduzir o inchaço ou, em casos graves, cirurgia para reparar ou substituir a córnea danificada.
- Cirurgia refrativa: Os resultados da paquimetria ajudam a determinar se a espessura corneana é adequada para o procedimento. Se a córnea for muito fina, o oftalmologista pode recomendar métodos alternativos de correção visual ou aconselhar contra a cirurgia para evitar complicações.
Independente da condição diagnosticada, é essencial que os pacientes visitem o oftalmologista regularmente para fazer exames preventivos e acompanhar a saúde visual.
Muitas doenças oculares são silenciosas e podem se agravar se não forem tratadas a tempo. Por isso, é importante consultar o médico pelo menos uma vez por ano, dependendo do seu caso e histórico familiar.
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