A Síndrome de Charles Bonnet é um distúrbio visual pouco conhecido, mas que afeta muitas pessoas que sofrem de perda significativa da visão.
Caracterizada por alucinações visuais recorrentes, essa condição pode causar preocupação tanto nos pacientes quanto em seus familiares, especialmente porque costuma ser confundida com problemas psicológicos ou neurológicos.
Apesar disso, a síndrome não está relacionada a doenças mentais e ocorre devido à resposta do cérebro à diminuição dos estímulos visuais.
Neste artigo, você vai descobrir o que é a Síndrome de Charles Bonnet, seus sintomas, diagnóstico, tratamentos disponíveis e dicas práticas para lidar com os episódios.
Acompanhe!
O que é a Síndrome de Charles Bonnet?
A Síndrome de Charles Bonnet é uma condição visual pouco comum caracterizada pela ocorrência de alucinações visuais em pessoas com perda significativa de visão devido a doenças oculares como degeneração macular relacionada à idade, glaucoma, catarata avançada ou retinopatia diabética.
Essas alucinações visuais costumam variar de formas geométricas simples (como manchas ou linhas), até imagens complexas (como rostos, objetos e até cenários completos).
Apesar de serem vividas e às vezes confusas, a aparição dessas imagens não indica problemas psiquiátricos ou demência, mas estão associadas a uma disfunção entre os olhos e o cérebro, causada por conta da perda de visão.
O fenômeno foi descrito pela primeira vez no século XVIII por um naturalista suíço chamado Charles Bonnet, que observou os sintomas em seu avô que sofria de catarata.
Hoje, a síndrome é conhecida como um efeito colateral natural da neuroplasticidade cerebral. Assim, quando os olhos deixam de enviar informações visuais suficientes, o cérebro tenta preencher essas lacunas, gerando alucinações.
Apesar disso, muitos pacientes preferem não relatar os sintomas por medo de serem mal interpretados ou considerados “loucos”, o que reforça a importância da conscientização e do suporte médico adequado.
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Principais sintomas e quem está mais suscetível
As manifestações da Síndrome de Charles Bonnet são bastante específicas, o que ajuda a diferenciá-la de outras condições. Os principais sintomas incluem:
- Alucinações visuais recorrentes e detalhadas: Imagens de animais, pessoas, plantas, formas geométricas ou paisagens que parecem reais e surgem espontaneamente, sem relação com estímulos externos.
- Ausência de gatilho emocional: As alucinações não são assustadoras ou ameaçadoras, embora possam causar confusão inicial.
- Reconhecimento da irrealidade: A maioria dos pacientes sabe que o que está vendo não é real.
- Não afeta outros sentidos: Somente o campo visual é envolvido; as alucinações não produzem sons, cheiros ou outras sensações.
- Duração variável: Algumas pessoas experienciam alucinações esporádicas, enquanto outras as vivenciam diariamente.
- Ausência de outros sintomas psicológicos, como delírios ou confusão mental.
Ainda que a síndrome possa afetar qualquer pessoa com perda visual significativa, ela é mais comum entre idosos que enfrentam doenças oculares degenerativas como glaucoma e degeneração macular relacionada à idade, assim como pessoas com baixa visão central provocada por condições como retinopatia diabética ou catarata.
O problema também pode atingir pacientes com perda de visão súbita (como em casos de trauma ocular) ou indivíduos isolados socialmente, que muitas vezes possuem baixo estímulo visual e sensorial.
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Diagnóstico: como identificar a síndrome?
A correta identificação da Síndrome de Charles Bonnet depende de uma abordagem multidisciplinar que combine a história clínica do paciente com exames oftalmológicos detalhados para evitar diagnósticos equivocados, como demência ou transtornos psiquiátricos.
Os pacientes costumam ser incentivados a relatar os episódios de alucinação, ainda que muitos hesitem em fazê-lo, temendo estigma ou julgamento.
Mesmo assim, é fundamental perguntar o que o paciente vê durante os episódios, quais imagens parecem reais ou é possível reconhecer que são ilusões e com que frequência as alucinações acontecem.
A clareza dessas respostas ajuda os médicos a diferenciar a síndrome de outras condições neurológicas ou psiquiátricas.
Além disso, exames oftalmológicos como mapeamento de retina, tomografia de coerência óptica e o teste de campo visual são indispensáveis para diagnosticar doenças oculares que podem estar escondidas, o que ajuda a estabelecer a relação direta entre a perda visual e a síndrome.
Em alguns casos, também podem ser necessários exames neurológicos adicionais, como ressonância magnética, a fim de excluir outras possíveis condições, como delirium, enxaquecas com aura e epilepsia occipital.
Opções de tratamento e manejo da síndrome
A Síndrome de Charles Bonnet não possui uma cura definitiva, mas há várias abordagens que ajudam a aliviar os sintomas, reduzir o impacto das alucinações e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Veja algumas das principais opções de tratamento e manejo da síndrome:
- Reabilitação visual: técnicas que ensinam o paciente a aproveitar ao máximo sua visão residual por meio de dispositivos adaptativos e treino específico.
- Terapia ocupacional: Atividades que estimulem outros sentidos, como tato ou audição, ajudam a reduzir a percepção das alucinações.
- Suporte psicológico: Terapia cognitivo-comportamental pode ajudar os pacientes a entender e gerenciar melhor as alucinações.
- Medicamentos: Fármacos como antiepilépticos ou antipsicóticos em doses baixas podem ser usados em casos mais graves.
- Tratamento de condições oculares: Controlar doenças como glaucoma ou retinopatia diabética pode diminuir a frequência dos episódios.
Além dos tratamentos, é muito importante que os pacientes busquem alívio em grupos de apoio, onde podem compartilhar experiências com outras pessoas que enfrentam a síndrome, o que ajuda a reduzir o estigma e fortalecer a aceitação.
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Importância de acompanhamento regular com oftalmologista

Consultas regulares ao oftalmologista são essenciais para monitorar a progressão da perda visual e ajustar tratamentos.
Com o acompanhamento frequente, é possível detectar novas complicações, já que muitas doenças oculares progridem silenciosamente e exigem intervenções específicas.
Além disso, as visitas ao oftalmologista permitem ajustar as terapias de acordo com os sintomas relatados, o que melhora o bem-estar geral do paciente ao garantir que ele esteja utilizando tecnologias ou medicamentos adequados para maximizar sua qualidade de vida.
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Dicas práticas para lidar com as alucinações visuais
Como dissemos anteriormente, a síndrome de Charles Bonnet não tem uma cura definitiva. No entanto, é possível adotar algumas estratégias simples para ajudar a reduzir a frequência e o impacto das alucinações visuais, como:
- Mude o foco da visão: Olhar para outra direção ou concentrar-se em um objeto real pode interromper a alucinação.
- Adapte a iluminação do ambiente: Locais mais iluminados tendem a diminuir os episódios, pois evitam sombras.
- Incorpore atividades diárias: Manter-se ocupado com hobbies, como bordado, música ou audiolivros, pode ajudar.
- Converse com alguém: Explicar o que está vendo para outra pessoa pode ajudar a reafirmar a realidade.
- Use aparelhos adaptativos: Lentes de aumento e outros dispositivos de reabilitação visual tornam o dia a dia mais confortável.
Essas técnicas, combinadas ao suporte médico, são capazes de transformar a experiência com a síndrome, garantindo maior controle sobre os sintomas.
Conclusão
Como vimos no artigo, a Síndrome de Charles Bonnet é um desafio silencioso para muitas pessoas com perda visual significativa.
Ainda que a detecção do problema seja difícil, há diversas formas de manejar seus sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Com diagnóstico adequado, reabilitação visual e estratégias práticas, é possível minimizar os impactos dessa condição.
A conscientização também é fundamental para quebrar o estigma e incentivar pacientes a buscar ajuda médica e realizar consultas regulares com o oftalmologista, a fim de cuidar da saúde ocular e preservar a independência visual.
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