Os testes de visão são essenciais para avaliar a saúde ocular e identificar possíveis problemas visuais que são capazes de comprometer a qualidade de vida.
Esses testes são utilizados para uma investigação profunda das diferentes estruturas que compõem o olho humano, e permitem tanto a detecção precoce de doenças quanto a correção de distúrbios oculares.
Neste artigo, você vai descobrir quais são os principais testes de visão, como eles funcionam e sua importância no diagnóstico e prevenção de diversas condições.
Acompanhe!
Exame de acuidade visual: avaliando a clareza da visão
O exame de acuidade visual é o teste mais comum para avaliar o quanto alguém consegue distinguir o contorno, as cores e a forma das coisas.
Ele mede a capacidade de enxergar detalhes finos em diferentes distâncias e é realizado em consultas de rotina com o oftalmologista. Com o exame, é possível identificar diferentes tipos de erros de refração, como miopia, hipermetropia, astigmatismo ou presbiopia.
A acuidade visual refere-se à nitidez com que uma pessoa enxerga e realiza atividades diárias, como ler, dirigir ou usar o computador, e a detecção precoce dessas deficiências ajuda a determinar se o paciente precisa de óculos ou lentes de contato para melhorar sua visão.
O exame é simples e rápido.
Normalmente, o paciente fica sentado a cerca de 20 pés (6 metros) de uma tabela conhecida como optotipo (Tabela de Snellen), que possui linhas de letras ou símbolos com tamanhos diferentes.
O médico pede ao paciente que leia as letras, começando pelas maiores e seguindo até as menores.
O resultado é expresso como uma fração, por exemplo, 20/20, onde o primeiro número representa a distância do gráfico e o segundo indica o tamanho da letra lida. Valores diferentes de 20/20 indicam a necessidade de correção visual.
Teste de visão de cores: detectando o daltonismo
O daltonismo é uma condição em que a pessoa tem dificuldade em distinguir entre certas cores, principalmente o vermelho e o verde.
O problema pode ser hereditário e afeta mais os homens, ainda que mulheres também possam ser portadoras.
O diagnóstico precoce do daltonismo é fundamental, especialmente para crianças, pois a dificuldade de enxergar certas cores causa impactos no desempenho escolar e social.
Detectar o distúrbio cedo também contribui para que a pessoa aprenda a lidar com a condição e, em alguns casos, use ferramentas auxiliares, como filtros em óculos para melhorar a percepção das cores.
O teste de Ishihara é o método mais comum para detectar o daltonismo.
O exame é feito por meio de uma série de placas com pontos coloridos de diferentes tamanhos e tons, que formam um número ou um símbolo discreto dentro deles.
Pessoas com uma visão normal conseguem enxergar esses números ou símbolos, mas que é daltônico terá bastante dificuldade ou mesmo não conseguirá fazer isso.
Para realizar o teste, o paciente é orientado a olhar cada placa e identificar os números ou símbolos apresentados. Dependendo da resposta, o oftalmologista é capaz de fechar o diagnóstico e ainda definir sua gravidade.
Exame de campo visual: avaliação da visão periférica
A visão periférica é uma parte essencial de nosso campo visual que permite ver objetos e movimentos que não estão diretamente focados pelo olhar, ou seja, nos possibilita perceber o ambiente ao redor sem a necessidade de mover os olhos ou a cabeça.
Sem ela, atividades como dirigir, caminhar e praticar esportes, podem se tornar perigosas.
Alterações na visão periférica podem ser indicativas de diversas condições oculares, como glaucoma, retinopatia diabética, neuropatia óptica, lesões no nervo óptico, tumores cerebrais ou doenças neurológicas.
Por isso, o exame de campo visual é uma ferramenta importante para identificar precocemente esses problemas.
O principal exame para avaliar problemas de visão relacionados ao campo visual é a campimetria, onde o paciente é colocado em frente a uma tela em que são projetados pontos de luz em diferentes posições, intensidades e tamanhos.
O paciente precisa indicar quando percebe as luzes, e, com base em suas respostas, é possível criar um mapa detalhado de seu campo visual, a fim de identificar possíveis áreas de ausência ou redução da visão.
Veja também: Ceratocone sintomas e diferença entre astigmatismo
Exame de pressão intraocular: prevenindo o glaucoma
O glaucoma é uma doença que causa danos ao nervo óptico e ocorre devido ao aumento da pressão intraocular. A condição é crônica, ou seja, não tem cura, e pode levar à cegueira se não for tratada.
Por isso, o monitoramento regular da pressão dentro dos olhos é fundamental, especialmente para pacientes com risco aumentado de glaucoma, como aqueles com histórico familiar da doença.
A pressão ocular elevada geralmente não apresenta sintomas nas fases iniciais, por isso a importância do exame preventivo para identificar o problema antes que ocorram danos permanentes à visão.
A tonometria é o exame que mede a pressão interna do olho, e existem diferentes maneiras de realizar o procedimento.
O mais comum é a tonometria de aplanação, onde um pequeno aparelho toca suavemente a superfície ocular para medir a pressão, após a aplicação de colírios anestésicos.
Outro método comum é a tonometria de sopro, em que um jato de ar é disparado contra o olho, também com a finalidade de oferecer informações sobre a pressão intraocular.
Os dois exames são rápidos e indolores, e os resultados ajudam a determinar se a pessoa corre o risco de desenvolver glaucoma, permitindo que o tratamento preventivo seja iniciado o quanto antes.
Refração: medindo a necessidade de óculos ou lentes de contato
O exame de refração é realizado para determinar a necessidade de óculos ou lentes de contato, pois mede como os raios de luzes são refratados, ou seja, curvados ao passarem pela córnea e lente do olho.
A importância do exame se dá pela possibilidade de identificar problemas como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.
Se o paciente apresenta dificuldade para enxergar objetos distantes, próximos ou tem visão embaçada, é necessário realizar o procedimento para ajustar a graduação de óculos ou lentes de contato.
O oftalmologista utiliza um aparelho chamado foróptero, no qual são inseridas lentes de diferentes graus à frente dos olhos do paciente, que é solicitado a ler letras em uma tabela e indicar quais lentes proporcionam uma visão mais nítida.
Esse processo ajuda o médico a determinar o grau correto do problema apresentado pela pessoa.
É importante ressaltar que a graduação dos óculos ou lentes de contato precisa ser ajustada regularmente, pois a visão pode mudar ao longo do tempo devido a fatores como envelhecimento ou doenças oculares.
Veja também: Cirurgia de ceratocone: como funciona?
Topografia corneana: avaliando a superfície ocular
O exame de topografia da córnea é um procedimento avançado e não invasivo que utiliza um aparelho chamado topógrafo corneano para mapear a superfície da córnea, estrutura transparente, fina e delicada que fica localizada na parte frontal do olho.
O objetivo do exame é medir e avaliar tanto a forma quanto a curvatura da córnea em diferentes pontos, desde o centro até as partes periféricas, criando assim um mapa tridimensional bem detalhado da superfície.
Com a topografia, é possível diagnosticar doenças como o ceratocone, uma condição degenerativa que altera a estrutura da córnea, deixando-a mais fina e empurrada para fora, semelhante ao formato de um cone, o que dificulta a formação de imagens nítidas na visão.
A topografia também é importante para ajustar lentes de contato e garantir que elas se adaptem corretamente à superfície da córnea, especialmente para pacientes que apresentam córneas irregulares, já que lentes mal ajustadas podem causar desconforto e até problemas visuais.
Além disso, o exame é essencial no planejamento de cirurgias refrativas, como LASIK, PRK ou SMILE, pois fornece informações precisas sobre a forma e a curvatura da córnea, o que ajuda a definir o plano cirúrgico e aumenta a segurança e eficácia do procedimento.
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