É possível mudar a cor dos olhos? Saiba a verdade!

Recentemente, uma modelo brasileira de 24 anos viralizou na internet após fazer um procedimento na França para mudar a cor de seus olhos, de castanhos para azuis.

A repercussão desse caso trouxe à tona um questionamento que há tempos intriga as pessoas: é realmente possível alterar a coloração natural dos olhos?

Neste artigo, você vai descobrir se é possível mudar a cor dos olhos e entender quais são os riscos que procedimentos dessa natureza causam à sua saúde ocular. 

Acompanhe!

É possível mudar a cor dos olhos?

Ainda que a cor dos olhos seja como uma espécie de “impressão digital” do indivíduo, já que ninguém possui a mesma tonalidade de íris, algumas pessoas sonham em mudar a pigmentação das vistas. Mas, será que isso é possível?

A cor dos olhos é determinada pela quantidade e distribuição de melanina depositada na íris – o círculo colorido que fica em volta da pupila. Já a melanina é uma proteína presente no corpo humano, que dá coloração aos olhos, cabelos, pele, entre outras estruturas.

A definição de quanta melanina a íris receberá acontece por meio de um fenômeno genético chamado Herança Poligênica, quando vários pares de genes interagem entre si e passam a produzir proteínas a fim de determinar uma característica.

Dessa forma, o excesso de melanina na íris resulta em olhos com tons mais escuros, como o castanho-escuro. Por outro lado, a menor quantidade desse pigmento geralmente deixa os olhos com tons azulados.

Além disso, o meio termo entre o excesso (castanho) e a falta (azul) de melanina na íris faz com que a pessoa tenha olhos verdes. No entanto, a cor dos olhos não se resume apenas nessas três, podendo haver variações como os olhos âmbar, avelã e cinza.

Por ser uma característica genética, não é possível mudar a cor dos olhos de forma natural. Assim, a alternativa buscada geralmente é o procedimento cirúrgico.

Uma das principais técnicas utilizadas para alterar a cor dos olhos é a cirurgia de implante de íris, onde uma pequena incisão é feita para implantar uma íris artificial — semelhante à textura de uma lente de contato — sobre a íris natural, mudando permanentemente a pigmentação da parte colorida do olho.

Outra técnica, ainda mais antiga e utilizada principalmente na Europa e na Ásia, envolvia o uso de laser para despigmentar a íris. Como resultado, o olho se tornava mais claro.

No entanto, um procedimento recente tem gerado bastante curiosidade nas pessoas que desejam fazer essa mudança para fins estéticos. Confira abaixo!

Como é feito atualmente?

A técnica mais utilizada atualmente para mudar a cor dos olhos — e que viralizou na internet recentemente graças a uma modelo brasileira — é chamada de ceratopigmentação ou queratopigmentação.

Neste procedimento cirúrgico, micropigmentos de cores diferentes são implantados nas camadas mais internas da córnea a fim de alterar sua coloração, como se fosse uma espécie de tatuagem realizada na córnea, uma estrutura transparente, fina e delicada que fica localizada na parte frontal do olho com a função de garantir a entrada de luz sobre a retina para uma visão clara e nítida.

A ceratopigmentação pode ser feita por meio de microagulhas ou com laser. Na primeira opção, pequenas perfurações são feitas na córnea para que os pigmentos sejam depositados na região. Então, as agulhas se movimentam para cobrir toda a extensão da estrutura ocular. 

Já o procedimento à laser é menos agressivo e o equipamento utilizado é o mesmo que em outras operações oftalmológicas, o femtoseguro. Com ele, abre-se um espaço na córnea e todo o pigmento é depositado de uma só vez, deixando o local com a nova cor.

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É seguro mudar a cor dos olhos?

A cirurgia para mudar a cor do olho é recomendada somente nos casos de traumas e doenças congênitas, especialmente em pacientes cegos com ausência total ou parcial da íris, a fim de deixar a aparência do olho danificado semelhante ao saudável.

Por isso, antes de realizar um procedimento deste tipo em olhos saudáveis apenas com finalidade estética, é fundamental considerar todos os potenciais riscos e complicações envolvidos no processo. É importante ressaltar também que essa prática é proibida pelo Conselho Federal de Medicina (CFR).

O implante da íris é um exemplo disso. Apesar de ser um procedimento relativamente simples, pode trazer inúmeras consequências para o paciente, como: 

Catarata: a implantação da íris artificial pode ocasionar a perda de transparência do cristalino por inflamação ou mesmo trauma; 

Glaucoma: a íris artificial colocada sobre a íris natural pode causar um aumento da pressão intraocular devido a obstrução do ângulo de drenagem do humor aquoso;

Perda das células endoteliais da córnea: o endotélio corneano fica localizado na parte mais interna da córnea, e a perda de células nessa região devido a cirurgia afeta a transparência do tecido de forma irreversível, o que leva a necessidade de transplante; 

Uveíte: a cirurgia para implante da íris também pode causar inflamação da parte interna dos olhos e provocar sequelas irreversíveis, além de vermelhidão nos olhos, dor e visão borrada.

Já a ceratopigmentação (pigmentação da córnea) também oferece muitos riscos ao paciente, tanto por se tratar de uma cirurgia quanto pela forma como o procedimento é realizado. Alguns desses riscos são:

Infecções oculares: após a ceratopigmentação, há um risco aumentado do paciente desenvolver infecção nos olhos, devido à penetração da córnea e à introdução de pigmentos na região.

Reações alérgicas: os pigmentos utilizados durante o procedimento podem causar reação alérgica em alguns pacientes, com sintomas como coceira, irritação e inchaço nos olhos.

Inflamação nos olhos: o procedimento cirúrgico pode desencadear uma resposta inflamatória nos olhos, especialmente durante o período de cicatrização.

Cicatrização anormal: a ceratopigmentação pode deixar cicatrizes ou irregularidades na superfície da córnea, afetando de forma negativa a qualidade da visão.

Danos à córnea: qualquer  intervenção na córnea, como a pigmentação, apresenta o risco de danificar esse tecido e causar complicações graves, incluindo perda permanente da visão.

Diminuição do campo de visão: alterações na córnea geralmente levam à diminuição do campo de visão, o que prejudica a capacidade de enxergar de maneira clara e abrangente.

Alterações visuais: após o procedimento alguns pacientes podem experimentar alterações na vista, como visão borrada ou distorcida, dificuldade em focar objetos ou sensação de corpo estranho no olho.

Dificuldade na visualização do fundo do olho: A pigmentação na córnea dificulta a visualização do fundo do olho durante exames oftalmológicos de rotina, o que prejudica o diagnóstico precoce de muitas doenças oculares, como a catarata.


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