Retinoblastoma: o que é, como identificar, causas e tratamento

Criança com retinoblastoma

O retinoblastoma é o tipo de tumor ocular infantil mais frequente em crianças de 2 a 5 anos de idade, que pode atingir estágios graves e provocar a perda da visão. O principal sinal da doença é a presença de um reflexo branco na pupila da criança.

Neste artigo, você vai entender melhor sobre o retinoblastoma, seus tipos, sintomas e sinais, além das causas, tratamento e possibilidades de cura do câncer.

Acompanhe!

O que é retinoblastoma?

O retinoblastoma é o tipo de câncer de olho infantil mais comum, sendo o primeiro câncer da história a ser definido como uma doença genética. Trata-se de um tumor maligno (portanto, grave), que se desenvolve na retina da criança e provoca a leucocoria (reflexo branco no olho, popularmente conhecido como “olho de gato”).

Esse reflexo surge porque a massa do tumor causa o descolamento da retina, o que faz com que ele seja facilmente visualizado na pupila.

O retinoblastoma é mais comum em crianças de 2 a 5 anos de idade, mas também pode afetar bebês com menos de 1 ano. Em torno de 95% dos casos são descobertos antes dos 5 anos de idade, segundo o Instituto Nacional de Câncer – INCA.

Tipos de retinoblastoma

O retinoblastoma pode ser classificado em dois principais tipos:

  • Retinoblastoma esporádico: nesse caso o tumor intraocular se desenvolve em apenas um olho (retinoblastoma unilateral) e surge da mesma forma que os demais tipos de câncer, em que uma célula sofre mutação e começa a se multiplicar descontroladamente. Esse tipo de retinoblastoma é mais comum em crianças com mais de 1 ano de idade.
  • Retinoblastoma hereditário: nesse caso o tumor surge devido a uma mutação genética, transmitida hereditariamente, podendo fazer com que o câncer apareça tanto em um olho (retinoblastoma unilateral) quanto em ambos os olhos (retinoblastoma bilateral). Geralmente, afeta bebês, com menos de 1 ano de idade.

Além disso, existe o chamado retinoblastoma PNET (Tumor Neuroectodérmico Primitivo), também conhecido como retinoblastoma trilateral, em que o tumor no olho está relacionado com células nervosas primitivas do cérebro, atingindo somente crianças com retinoblastoma hereditário bilateral.

Sintomas do retinoblastoma

O principal sintoma do retinoblastoma é a leucocoria (um reflexo branco na pupila), que pode ser facilmente identificado em fotos com flash da criança, como na imagem acima, ou ao colocar uma luz artificial sob os olhos da criança.

Porém, geralmente esse sintoma só aparece quando a doença já está em um estágio mais avançado, junto com outros sinais de que o tumor já está mais desenvolvido, como:

  • Dor de cabeça e vômito;
  • Dor nos olhos (pois o tamanho do tumor pode pressionar os ossos da região);
  • Proptose (globo ocular maior que o normal, ficando deslocado para fora do olho. Acontece quando o tumor afeta também a órbita do olho);
  • Perda de visão (parcial ou total).

Portanto, é preciso um olhar mais atento para identificar o retinoblastoma em sua fase inicial, facilitando o diagnóstico precoce. Em geral, os primeiros sintomas são: 

Diagnóstico do retinoblastoma

Existem alguns exames que podem ajudar no diagnóstico do retinoblastoma para confirmar ou descartar. O primeiro exame é realizado pelo oftalmologista na consulta, é chamado exame de fundo de olho.  Agora vamos aos exames de imagens, sendo: ultrassonografia do globo ocular, tomografia e ressonância magnética das órbitas oculares.

É importante ficar alerta para qualquer anormalidade nos olhos da criança. Se perceber qualquer sinal, procure um oftalmologista o mais rápido possível, para que ele possa confirmar ou descartar adequadamente o diagnóstico de retinoblastoma.

Na consulta, o médico irá realizar o exame clínico e poderá solicitar também exames de imagem, como tomografia de crânio (encéfalo), tomografia das órbitas (olhos) e/ou ressonância magnética das órbitas (olhos).

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O que causa o retinoblastoma?

A principal causa do retinoblastoma é a hereditariedade. A criança herda uma mutação no gene Rb1, que está presente em todas as células do organismo, inclusive nas que dão origem a óvulos e espermatozoides. Isso faz com que a doença tenha mais chances de ser transmitida de geração em geração.

Em dados gerais, crianças diagnosticadas com retinoblastoma têm 50% de chances de transmitir a mutação genética futuramente para seus filhos. Além disso, na maioria dos casos, o problema é herdado dos pais.

Porém, a mutação também pode surgir em pacientes que não tem histórico familiar de alterações no gene Rb1.

Retinoblastoma tem cura?

Com acompanhamento e tratamento adequados, o retinoblastoma tem cura em 90% dos casos. O principal objetivo dos métodos utilizados é eliminar o tumor e salvar a vida da criança, buscando preservar o olho e o máximo da visão, se possível, além de prevenir a volta do câncer futuramente.

Para isso, as opções de tratamento que costumam ser recomendadas são: 

  • Laserterapia: utilizada, principalmente, em casos em que o tumor é pequeno, ainda em estágio inicial, que atinge somente a retina e não está espalhado para outros locais do globo ocular.
  • Crioterapia: técnica pouco invasiva que utiliza substâncias para congelar o tumor e destruí-lo.
  • Termoterapia transpupilar (TTT): trata-se do uso de uma radiação infravermelha para queimar e eliminar o tecido do tumor.
  • Quimioterapia: serve para reduzir o tamanho do tumor e controlar a sua multiplicação. Também ajuda outros tratamentos a serem mais efetivos, como laserterapia e crioterapia.
  • Radioterapia: são colocadas pequenas placas com semestes radioativas próximo ao tumor, fora do olho, para ajudar a reduzi-lo.
  • Cirurgia e retirada do globo ocular (denominada enucleação): a cirurgia só costuma ser indicada em casos de tumores mais avançados, quando não respondem a outras formas de tratamento.

O tratamento mais adequado (ou a melhor combinação de métodos) varia de acordo com cada caso. O oftalmologista irá analisar o tamanho do câncer, se o retinoblastoma atingiu só um olho ou ambos, se espalhou para outras regiões, entre outras questões.

É importante reforçar que, quanto mais cedo descobrir a doença, maiores são as chances de cura! Além disso, caso o câncer evolua e atinja estágios mais avançados, as chances de preservar o olho e a visão da criança diminuem.

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